| 07/02/2006 12h01min
A Varig, que enfrenta uma grave crise financeira, perdeu mais participação no mercado de aviação doméstica em janeiro e ficou com uma fatia de 19,96% do total de passageiros transportados dentro do país no mês passado. Em dezembro, a companhia tinha quase 22% e em janeiro de 2005, cerca de 28%, de acordo com dados do Departamento de Aviação Civil (DAC).
O destaque no primeiro mês deste ano ficou com a companhia aérea BRA, que iniciou a operação de vôos regulares no segundo semestre de 2005. A empresa aparece com 6,23% do mercado nacional em janeiro.
A TAM também perdeu mercado entre dezembro e janeiro, mas continua com ampla vantagem na liderança em vôos nacionais, com 44,66% no mês passado (ante 46,14% no último mês de 2005). A Gol aparece em seguida, mas também perdeu participação: teve 26,79% dos passageiros aéreos dentro do Brasil em janeiro, contra 29,79% no mês anterior.
A Varig não comentou oficialmente o assunto. Mas executivos da companhia informaram que a perda de mercado já era esperada, uma vez que a empresa ficou sem condições de oferecer maior quantidade de assentos, com a redução de sua frota disponível.
No entanto, com a renegociação das dívidas com seus credores e o fim da ameaça de ter aviões arrestados por empresas de leasing por causa de débitos antigos, a Varig prevê incorporar à sua frota sete aviões até o fim deste mês. Com isso, segundo um executivo, a empresa deverá ganhar mercado.
O número de passageiros transportados nas rotas nacionais por todas as companhias aéreas cresceu 21% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Nas rotas internacionais, a Varig ficou em janeiro com 72,13% do mercado, seguida por TAM (22,14%), Gol (3,61%, quase o dobro do crescimento registrado em janeiro de 2005) e BRA (1,93%). No dia 12 de janeiro, após audiência na Justiça de Nova York, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse que o plano de recuperação da empresa prevê investimentos de US$ 6 milhões no conforto das aeronaves, e que a idéia é reconquistar passageiros que viajam a negócios.
AGÊNCIA O GLOBO