Das duas uma: ou o Gaúcho é um time desqualificado ou o Inter de 2006 é uma máquina de jogar futebol. Arrasadores no primeiro tempo, os reservas do técnico Abel Braga derrotaram a equipe de Passo Fundo por 3 a 1 na noite desta sexta, no Beira-Rio, na estréia do time no Gauchão.

A noite, aliás, foi marcada por estréias. Além do treinador, que começou oficialmente a sua quarta passagem pelo clube, a torcida colorada pôde conferir o novo uniforme e algumas das novas contratações, como Fabiano Eller, Rubens Cardoso, Fabinho e Léo. E deve ter gostado do que viu.

O Inter começou a partida amassando o Gaúcho. Foram cinco conclusões a gol nos 10 primeiros minutos. Dezenove no primeiro tempo. Obrigado a trabalhar a todo momento, o goleiro Alencar foi, sem dúvida, o jogador mais citado pelos narradores de rádio e televisão. O ritmo foi tão forte que Abel até ficou preocupado.

– Foi bom, mas corremos demais e isso é perigoso – alertou o técnico antes de se dirigir para o vestiário.

Apesar do intenso bombardeio, o Inter só conseguiu furar o bloqueio da defesa adversária aos 19 minutos. Depois de grande jogada de Márcio Mossoró na esquerda, Bolívar apareceu de surpresa entre os zagueiros adversários e, de trancinha no cabelo, cabeceou para o fundo das redes. Foi seu primeiro gol com a camisa colorada.

Não contente com o 1 a 0, o time de Abel seguiu empurrando o Gaúcho. Perdigão e Fabinho, por vezes, fizeram papel de meias, deixando Léo, Michel e Mossoró à vontade para encostar em Iarley. Rubens Cardoso e Ceará se mandaram para o ataque. O Inter era tão superior que os torcedores já vislumbravam uma goleada.

O segundo gol, no entanto, só veio aos 39 minutos. Mas a espera foi recompensada por uma bela jogada. Depois de recuperar um rebote de escanteio, Iarley lançou Mossoró, que tocou para Léo, livre, marcar. Na comemoração, o meia-atacante foi correndo abraçar Abel, que o havia elogiado durante a semana.

Já a segunda etapa foi totalmente diferente. Cansado, o Inter diminui o ritmo e passou a atacar com cautela. Tanto que a maior vibração da torcida foi provocada pela entrada de Chiquinho no time. O xodó da torcida entrou aos 25 minutos, no lugar de Léo. Antes disso, aos 17, Mossoró havia chutado uma bola no poste.

Aproveitando-se do desgaste do adversário, o Gaúcho conseguiu descontar em uma das raras oportunidades que teve. Aos 37, Ornélio aproveitou um cruzamento da direita e, livre, não deu chance para Marcelo. Mas, aos 40, o jovem Luiz Adriano, de cabeça, marcou mais um e confirmou o favoritismo do Inter em busca do pentacampeonato.