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 | 19/01/2006 13h42min

Problemas na Bolsa de Tóquio causam indignação

Pregão japonês passou por três falhas no sistema nos últimos três meses

O terceiro grande problema envolvendo a Bolsa de Tóquio em três meses gerou indignação nos setores econômico e político japoneses. Ontem, o pregão foi suspenso 20 minutos mais cedo por causa do medo de um colapso no sistema de informática em virtude dos reflexos nos negócios do escândalo com a empresa de internet Livedoor.

O ministro porta-voz do governo, Shinzo Abe, pediu hoje ao principal pregão da Ásia que tome as medidas adequadas para recuperar a confiança internacional perdida.

Mais severo, o ministro de Serviços Financeiros, Kaoru Yosano, afirmou que se "a bolsa não conseguir assegurar o curso normal das negociações, suas funções ficarão interditadas".

Os responsáveis pela Bolsa de Tóquio, conhecida internacionalmente como Tokyo Stock Exchange (TSE), foram alvo de muitas críticas diretas em seu comparecimento diante dos comitês financeiro e fiscal do Partido Liberal-Democrata (PLD, governamental).

Segundo a agência Kyodo, vários deputados do PLD disseram que a credibilidade do sistema da bolsa japonesa sofreu uma forte derrota ao mostrar sua incapacidade de assimilar o número inusitado de ordens de venda depois do escândalo Livedoor.

As autoridades da bolsa foram obrigadas nesta quarta a suspender as negociações 20 minutos antes da conclusão do pregão, pois o número de transações se aproximava de 4,5 milhões, capacidade máxima do sistema de informática.

O pregão voltou a ser cercado hoje pelo mesmo perigo, o que fez a bolsa decidir de manhã atrasar em meia hora a retomada das negociações. A medida acabou sendo eficaz, já que o número de transações foi apenas 100 mil abaixo do limite.

Após sua reunião com os comitês do PLD, o presidente do TSE, Taizo Nishimuro, prometeu elevar o limite de transações para 5 milhões antes do fim do mês e, depois, para 8 milhões de forma progressiva.

No último dia 8 de dezembro, a casa de valores Mizuho Securities pôs à venda equivocadamente as 610 mil ações da empresa J-Com, ao custo de cerca de 40 bilhões de ienes (US$ 342 milhões) à empresa.

O outro erro de informática aconteceu no último dia 1º de novembro. No caso, o sistema foi paralisado, o que obrigou que a abertura dos mercados fosse atrasada em quatro horas e meia.

Os responsáveis pela Bolsa de Tóquio explicaram que a longa suspensão das negociações aconteceu por causa das instruções insuficientes sobre as mudanças feitas, oferecidas pela Fujitsu depois de reforçada a capacidade do sistema para o aumento de transações.

AGÊNCIA EFE
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