| 11/01/2006 12h59min
O banco JP Morgan e a companhia aérea TAP podem apresentar garantias de que quitarão parte das dívidas da Varig em processo nos Estados Unidos à Justiça norte-americana. Em reportagem publicada nesta quarta no jornal Valor, uma fonte ligada às negociações da Varig com a estatal portuguesa e a instituição financeira afirmou que a TAP já conseguiu a liberação dos recebíveis, estimados em US$ 20 milhões, que estavam retidos pela BR Distribuidora no JP Morgan. A empresa aguarda agora a conclusão de alguns pontos ainda pendentes.
– Falta assinar a minuta do contrato e finalizar algumas questões comerciais – disse a fonte não revelada ao jornal Valor.
Amanhã, Varig e credores devem se apresentar para nova audiência no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. A companhia recebeu o prazo limite de 13 de janeiro para acertar dívidas com os credores norte-americanos. Se receberem sinal verde do juiz Robert Drain, as empresas de leasing podem arrestar até 40 aeronaves.
A direção da Varig tem garantido nas últimas semanas que já possui em caixa US$ 29 milhões para pagar parte da dívida estimada em US$ 56 milhões com as empresas de leasing dos Estados Unidos.
Segundo a fonte do Valor, caso o dinheiro não seja depositado dentro do prazo fixado pela Corte de Falências de Nova York, um ofício do JP Morgan - no qual as empresas garantem a conclusão da operação em até dois dias - poderá ser apresentado ao juiz americano Robert Drain, que acompanha o caso, na tentativa de impedir a perda das aeronaves.
Mais US$ 30 milhões poderão ser obtidos pela Varig nos próximos dias junto à Iata, associação internacional do setor aéreo, que exigiu o depósito da quantia quando a companhia entrou em recuperação judicial, em junho.
O prazo de blindagem contra a falência da empresa se esgotou no último domingo. A empresa, conforme determina a legislação (lei 11.101/2005, nova Lei de Falências), terá amparo legal pelos próximos 24 meses desde que coloque em prática todos os compromissos do plano de recuperação aprovado, incluindo o pagamento a credores.
AGÊNCIA O GLOBO