| 19/12/2005 17h28min
Os credores da Varig decidiram hoje, em assembléia, pela não transferência do controle acionário da Fundação Ruben Berta Participações (FRBPar) - braço de investimentos da Fundação Ruben Berta - para a Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure. As três classes de trabalhadores votaram em grande parte contra a entrada da empresa no controle da Fundação. O encontro está sendo realizado a despeito de determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a suspensão da reunião. Por este motivo, as decisões votada na assembléia correm o risco de serem anuladas. Na assembléia, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, apresenta também detalhes do plano de recuperação da Varig. A intenção é que a proposta seja votada ainda nesta segunda.
A última classe a votar foi a classe 3, representada pela Infraero, empresas de leasing, da área de petróleo e outros fornecedores. Entre as empresas que votaram contra a transferência do controle para a Docas Investimentos estão
a Boeing, a
Infraero, a GE Capital, ILFC, o fundo de pensão Aerus e a Varig Engenharia e Manutenção, entre outros.
Apesar da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, de manter a suspensão da assembléia de credores da Varig, a reunião teve início por volta das 15h. Uma batalha jurídica foi travada entre advogados do grupo em torno da reunião. Segundo informações do STF, a assembléia poderá ser realizada, porém, sob risco de ter seu efeito anulado.
Uma liminar obtida pelos advogados José Saraiva e Sérgio Mazzillo, em nome das companhias aéreas Varig, Nordeste e Rio Sul, havia sustado a reunião. Mas um outro grupo de advogados tentou revogar a liminar sob o argumento de que Saraiva e Mazzillo não representavam as companhias aéreas, mas o ministro Vidigal manteve a suspensão.
No último domingo, os advogados Saraiva e Mazzillo recorreram ao STJ para suspender a assembléia marcada para a manhã desta segunda-feira, no Rio. Eles argumentavam que a decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro colocaria as empresas aéreas do grupo em risco de quebra.
AGÊNCIA O GLOBO