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 | 19/12/2005 14h04min

Reinício de assembléia da Varig depende de decisão judicial

Deloitte recebeu despacho do STJ determinando suspensão do encontro

Os representantes do administrador judicial da Varig, que é a consultoria Deloitte, decidiram suspender por duas horas a mobilização para a realização da assembléia de credores da companhia aérea. Rogério Lessa, um dos representantes da Deloitte, confirmou que a consultoria teria recebido informações sobre um despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do ministro Edson Vidigal, na noite de domingo, que determinou a suspensão da assembléia:

– A administração judicial ainda não foi notificada oficialmente desta notícia e nos chegou também a informação de que a matéria foi objeto de um pedido de reconsideração que estaria sendo julgado. Diante disso, a administração judicial decidiu que a assembléia ficará suspensa por duas horas, retornando às 14h50min.

Antes do anúncio do administrador judicial, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, comentou que se a assembléia for suspensa será necessário informar ao juiz Robert Drain da Corte de Falências de Nova York e "esperar para ver o que ele vai pensar do assunto":

– Hoje eu gostaria de fazer a assembléia e apresentar o plano que a Varig tem para seguir para Nova York com alguma decisão. A Varig está pronta. Se acontecer (a assembléia) vamos tentar o plano. Se não acontecer, vamos tentar convencer o juiz em Nova York.

Segundo Bottini, o juiz norte-americano estabeleceu alguns pré-requisistos como a aprovação do plano de recuperação, o retorno da frota que está parada por falta de manutenção (três aviões já voltaram a voar e três retornam no fim do mês); e o plano de contingência e o pagamento da dívida com as empresas de leasing:

– Vamos chegar lá em Nova York. Se não acontecer isso (a assembléia) aqui, vamos falar com o juiz sem um item atendido, que é o plano de recuperação. Os aviões estão retornando à frota e já fizemos um plano de contingência e da dívida de US$ 44 milhões a pagar às empresas de leasing, a expectativa é levar US$ 20 milhões em valores vindos de recebíveis de cartão de crédito – disse Bottini, acrescentando que este valor de recebíveis não se refere a antecipação de recebíveis prevista nas negociações da TAP.

Espera-se que também seja definida nesta segunda-feira a concretização da venda das subsidiárias VarigLog e VEM. A empresa portuguesa TAP, deverá decidir se vai cobrir ou não a proposta feita pelo grupo Docas, no valor de US$ 139 milhões pelas duas empresas. Em novembro a TAP US$ 62 milhões em novembro ao assinar um plano de emergência com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que capitalizou a Varig para saldar um vencimento na Justiça americana para pagar as empresas de leasing. Mas, o presidente da Varig disse que, até o final da manhã desta segunda-feira, ainda não havia informações sobre a decisão da TAP.

AGÊNCIA O GLOBO
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