| 18/11/2005 09h23min
Apontado como saída econômica para a Metade Sul do Rio Grande do Sul, o plantio de árvores para atender a indústrias de celulose deve enfrentar a oposição dos ecologistas. O florestamento já vem sofrendo forte resistência no Uruguai, que tende a formar com o Rio Grande do Sul um pólo do setor.
A luta no país vizinho contra a instalação de duas fábricas de celulose com projetos já aprovados – um da escandinava Botnia e outro da espanhola Ence, que investirão US$ 2 bilhões – foi apresentada ontem pela ecologista uruguaia Ana Filippini, no 6º Seminário Internacional de Agroecologia, promovido pela Emater e pela Assembléia Legislativa. O Uruguai já tem 700 mil hectares de florestas plantadas. No Rio Grande do Sul, a área cultivada é de 360 mil hectares e já foram anunciados investimentos que somam US$ 2,2 bilhões das indústrias de celulose Stora Enso e Votorantim Celulose e Papel (VCP). – Nos lugares onde a umidade é pouca, os eucaliptos plantados chegaram a secar poços artesianos de até 30 metros de profundidade, deixando sem água a população – disse a ativista da organização World Rainforest Movement, ao enumerar prejuízos à natureza atribuídos ao florestamento. Já para o agrônomo e assessor da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Túlio Carvalho, se adotados mecanismos de controle, como o plantio das árvores em mosaico e a exigência de preservação de áreas naturais, as florestas podem se incorporar ao ambiente da Metade Sul sem devastá-lo. ZERO HORA