| 17/11/2005 19h55min
Após a derrota de ontem para o São Caetano por 1 a 0, o vestiário do Corinthians demorou a ser aberto. Assim que os jogadores começaram a deixar o local, a versão oficial era de que a notícia da morte de um primo do lateral Gustavo Nery tinha atrasado a saída. Em seguida, surgiu a informação de que alguns atletas haviam se desentendido.
Hoje, na reapresentação do elenco no Parque São Jorge, a versão da discussão foi confirmada pelo vice-presidente de futebol do Timão, Andrés Sanchez.
– O vestiário demorou a ser aberto porque nos últimos jogos estamos fazendo alguns exercícios, como alongamento e banheira com gelo, e também por causa da fatalidade com o primo-irmão do Gustavo Nery. Não vou mentir, também houve uma discussão um pouco mais acalorada entre alguns jogadores, mas nada de anormal. Disseram que tinha havido empurra-empurra, agressão e que tínhamos inventado a morte do parente do Gustavo. Tudo isso está fora da realidade – disse o dirigente, que não
quis citar nomes.
Segundo
informações, a confusão teria iniciado quando Fábio Costa entrou no vestiário reclamando que vários jogadores estariam apenas pensando no bicho que, apesar de já estar definido há dois meses, os atletas estariam negociando um aumento. Alguns jogadores não gostaram da cobrança do goleiro e começaram a discutir.
Sanchez, no entanto, nega esta versão.
– Os prêmios já estão definidos. Se o Corinthians ganhar a competição, e tenho certeza que vamos conseguir, podemos discutir um prêmio extra, mas não há nada agendado – disse.
Sem revelar os nomes dos demais envolvidos, o dirigente apenas confirmou que o goleiro Fábio Costa fez parte da confusão. Ele também disse que “quem falou mais alto será multado”, como reza o regulamento interno do clube.
O zagueiro Betão confirmou que participou da confusão, mas só para acalmar, e negou que tenha tido briga de mão.
– Chega alguém no vestiário falando alguma coisa depois de uma
derrota, os caras não gostam e fica difícil apaziguar. Mas não
foi a primeira vez que isto aconteceu – declarou.
Questionado se a “briga” pode ser considerada um princípio de crise, Betão garantiu que não.
– Se eu for contar, acho que já fui questionado umas 12 ou 13 vezes sobre crise. Isso não afeta mais ninguém aqui.
Já do lado do Inter, a vitória nos acréscimos sobre o Brasiliense fez com que o técnico Muricy Ramalho agrupasse seus jogadores e saísse abraçado de campo. Perguntado sobre o que achava da mostra de união dos gaúchos, Andrés Sanchez disparou.
– Quero ver o Inter sair abraçado domingo, depois de uma derrota – alfinetou.