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Polícia de Israel invade mesquita em Jerusalém

Palestinos protestam contra ameaça de exílio a Arafat

A polícia de Israel invadiu nesta sexta, dia 12, um prédio fora da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, depois que palestinos irritados com a ameaça israelense de expulsar o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, jogaram pedras contra judeus que rezavam no Muro das Lamentações.

Até o momento não há informações sobre feridos. O tumulto aconteceu em um santuário que os muçulmanos chamam de Al-Haram Al-Sharif e os judeus reverenciam como o Monte do Templo.

Israel está enfrentando a indignação internacional por causa da decisão de "remover" o presidente palestino. Milhares de palestinos se reuniram na quinta, dia 11, em frente à sede da Autoridade Palestina, em Ramallah (Cisjordânia), onde Arafat está confinado há 21 meses. A multidão pretendia defender o presidente com sua própria vida. Em outras cidades da Cisjordânia também houve manifestações com milhares de participantes.

Radiante, Arafat mandou beijos e fez o V da vitória com os dedos.

– Vocês são um bravo povo, meus queridos. Abu Ammar continua aqui –afirmou ele, usando o seu nome de guerra.

Israel e os Estados Unidos acusam Arafat de fomentar a violência ao longo dos três anos de rebelião palestina. Ele nega, mas mesmo assim já foi isolado das negociações de paz mediadas por Washington. De todo modo, Sharon vem resistindo às propostas de expulsão, temendo que com isso Arafat atraia solidariedade internacional. Aparentemente, isso já começou a acontecer na última quinta.
 
– Não seria sensato expulsá-lo – disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Para o presidente francês, Jacques Chirac, Arafat é "o legítimo representante da Autoridade Palestina, e seria um grave erro tentar eliminá-lo politicamente".

A União Européia disse que o exílio de Arafat aumentaria a tensão entre palestinos e israelenses. Para a Rússia, a expulsão "drenaria a perspectiva de um acordo pacífico".

O termo "remoção" deixa em aberto opções que incluem o assassinato de Arafat – proposta que, segundo os jornais israelenses, foi levantada pelo ministro da Defesa, Shaul Mofaz, mas descartada pelo primeiro-ministro Ariel Sharon – ou sua expulsão dos territórios palestinos. Fontes próximas ao governo revelaram que o gabinete pediu ao Exército que atualize os planos para exilar Arafat, mas não imediatamente.

– Exilar Arafat não ajuda a situação. Não é a solução. Tudo isso só lhe dá um palanque internacional no qual continuará sendo um obstáculo à paz – disse uma fonte da Casa Branca, que pediu anonimato.

Por outro lado, a ação contra Arafat poderia ajudar Sharon a recuperar parte da sua popularidade, que está em queda. Pesquisa publicada nesta sexta pelo jornal Yedioth Ahronoth mostrou que 66% dos israelenses acham que o governo está agindo de forma errada contra o "terror palestino". Para 37%, Arafat deveria ser morto, e 23% querem sua expulsão.

Indicado para o cargo de primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei reagiu às ameaças suspendendo o processo de formação do gabinete e dizendo que a expulsão de Arafat iria "explodir" o Oriente Médio.

– Se essas políticas israelenses continuarem contra Yasser Arafat, não creio que haja sentido em formar um governo ou fazer qualquer esforço para tentar controlar a situação – disse Korei à televisão Al Jazeera.

Com informações da agência Reuters

 
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