O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse que as negociações da Rodada Doha, em Genebra, na Suíça, passam por momento decisivo. Esta sexta-feira, dia 25, é o quinto dia de conversas entre os líderes internacionais. Para Lamy, os países estão perto do sucesso ou do fracasso na reunião. Apesar de avaliar que houve algum progresso nas negociações, o diretor da OMC afirmou que são lentos.
 
Nestq sexta-feira, dia 25, o chamado grupo-chave da OMC (Brasil, Austrália, China, EUA, Índia, Japão e a União Européia) voltará a se reunir. O resultado dessas "consultas" é considerado fundamental para a continuidade e o êxito da reunião.

Lamy pediu que os países mudem "radicalmente" sua postura ou a reunião fracassará e, em conseqüência, ficará estagnada a Rodada de Doha, iniciada há sete anos, a fim de aprofundar na liberalização comercial mundial. Os participanates da reunião expressaram sua "preocupação" com a repercussão do que ocorrer nas próximas horas.

Também se reuniram os países responsáveis dos grupos técnicos que estão discutindo as questões mais complicadas da rodada, dentro dos mercados agrícolas ou industriais.

A União Européia e os Estados Unidos pedem aos países emergentes "mais flexibilidade" para que abram seus mercados às exportações industriais. As potências emergentes - lideradas por Brasil e Índia - reivindicam aos países ricos concessões em agricultura e rejeitam desproteger seus mercados industriais.

Segundo fontes diplomáticas, embora o Brasil defenda uma posição forte, quem está obstaculizando realmente a negociação é a Índia, com suas reservas em ceder em mercados industriais e suas exigências para que os países desenvolvidos - principalmente os EUA - reduzam seus subsídios à agricultura.