Continua o impasse entre a prefeitura de Blumenau e desabrigados do município que ocupam terreno irregular no Bairro Ribeirão Fresco. Nesta sexta-feira, houve nova tentativa de cadastrar as 28 famílias que se negam a deixar área cedida pela prefeitura à Associação de Moradores do bairro.

Desde o final de fevereiro, cerca de 100 pessoas ocupam uma área de 99 mil metros quadrados, onde foram construídas 11 casas de madeira com recursos dos próprios desabrigados. Eles são participantes do Movimento dos Atingidos pelo Desastre (MAD) e se negam a fazer cadastro com os assistentes sociais da prefeitura.

A Associação de Moradores entrou com pedido de reintegração de posse do terreno junto ao Ministério Público. Nesta sexta à tarde, um oficial de justiça esteve no local e comunicou, extra-oficialmente, a decisão do juiz da Vara da Fazenda Pública, Osmar Tomazoni, de devolver o terreno para a associação.

O oficial negociou uma saída pacífica em até uma semana. Caso os desabrigados não saiam, ele terá que fazer o comunicado oficial. A partir daí, as famílias que estão no local podem recorrer da decisão em até 15 dias.

Segundo os próprios integrantes do movimento, a maioria das famílias deixou por vontade própria os abrigos da prefeitura para ir para o terreno ou não voltou para casa mesmo após a Defesa Civil ter liberado o retorno às moradias, com medo de novos deslizamentos.

Prefeitura vai insistir nas negociações

Apesar de rústicas, as casas levantadas no local possuem água e energia, através de ligações feitas pelos desabrigados. A comida é feita na cozinha comunitária da sede, onde também estão os banheiros.

A prefeitura registrou dois boletins de ocorrência relatando que os servidores foram intimidados pelas famílias.

A Secretaria de Assistência Social, da Criança e do Adolescente promete insistir no diálogo com os integrantes do grupo e afirma que há outras alternativas como as moradias provisórias e o pagamento de aluguel, que já foram aceitas por centenas de outras famílias.