| 25/02/2009 22h35min
Representantes da Associação de Moradores do Vale do Ribeirão Fresco, em Blumenau, se reuniram às 11h desta quarta-feira com o prefeito em exercício, Rufinus Seibt, e outros componentes do governo para pedir a interferência do município para retirar um grupo de invasores do local.
Desde sexta-feira à noite, a área está ocupada por cerca de 30 famílias integrantes do Movimento dos Atingidos pelo Desastre, instituição que reúne as famílias que tiveram perdas provocadas pela forte chuva em novembro de 2008. A Associação de Moradores quer a reintegração de posse das terras onde funciona a sede da entidade.
Os desabrigados, que não querem ir para as moradias provisórias, cobram da prefeitura a construção imediata de casas gratuitas para as famílias e prazo de entrega dos imóveis, além de outras oito reivindicações.
Segundo o vice-prefeito, conforme consta do contrato, a responsabilidade pela área é da Associação de Moradores:
— A
gente entregou um documento ordenando para que eles
(a Associação) tomem as providências e tirem o pessoal de lá. Não podemos permitir a invasão, até porque as casas provisórias estão sendo liberadas. E uma casa definitiva não se constrói de hoje para amanhã — disse o vice-prefeito, que espera a assinatura do documento até esta quinta-feira.
Se isso não for feito, conforme Seibt, o município pedirá a reintegração de posse das terras onde funciona a sede da entidade. O diretor-financeiro da Associação, Heriberto Eliziário Bailer, disse que o caso seria discutido na noite desta quarta-feira durante uma reunião com a diretoria da entidade.
O uso da área de 99 mil metros quadrados foi cedido pela prefeitura à Associação de Moradores do bairro para atividades comunitárias de lazer, esporte, recreação, entretenimento e educativas através de uma lei ordinária de 2003.
Casa é invadida
Nesta quarta-feira, o grupo invasor continuava erguendo casas provisórias
no local. Enquanto elas não ficam prontas, as cerca de 100
pessoas (entre elas 40 crianças) se acomodam em barracas, na sede da unidade.
— Sem chance de nos mudarmos para os galpões. Aquilo é desumano. Como vou morar naquele cubículo com cinco crianças? — dizia Nicácio Antonio Mariano, um dos líderes do Movimento que tem casa em uma área de risco.
Os invasores chegaram a ocupar uma casa que está dentro do terreno público cedido à Associação de Moradores. A dona do imóvel, Ruth Kohler, 48 anos, que morou no local até 2003, saiu de Navegantes para registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia. Após ser orientada, recebeu o apoio da Polícia Militar para negociar a desocupação da área particular.
— A gente sabe que a casa é particular. Mas com o temporal do fim de semana, tivemos que refugiar as crianças em um local seguro — justificavam as famílias, enquanto retiravam cobertores, televisores e pertences pessoais da casa da moradora de Navegantes.
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