| 16/03/2008 16h04min
Candidato a ídolo do Inter, incensado como lateral habilidoso e de cruzamentos precisos, xodó dos colorados, Chiquinho treina à margem no Beira-Rio.
— Perdi as esperanças de jogar pelo Inter. Por isso, pedi a liberação, mas alegaram que investiram muito em mim e que o clube não pode me soltar de graça — lamentou.
O jogador mantém a forma sob o comando do auxiliar Chico Fraga, junto com o lateral-direito Fabinho e o atacante Gillian, remanescentes do extinto time B. Nem o direito de usar o vestiário principal é concedido a ele. Ainda que tenha contrato até 2010, voltar a utilizá-lo é miragem.
Assim que retornou do empréstimo ao Goiás, em dezembro, o jogador procurou a direção. Pela segunda vez, pediu rescisão de contrato. Ouviu a segunda resposta negativa. Nos bastidores do Beira-Rio, a explicação é de que há receio de vê-lo driblando pela lateral-esquerda do Grêmio. Em 2007, um representante ligado ao rival teria feito sondagem ao lateral.
Lateral desmente atrito com
Fernandão no vestiário
Enquanto aguarda proposta para disputar o Brasileirão ou até mesmo a Série B, Chiquinho mantém a rotina de treinos de segunda a sexta - sempre em turno contrário ao do grupo principal. A idéia é de que os excluídos não dividam espaço com os comandados de Abel Braga.
Chiquinho esteve perto de acerto com a Portuguesa. Alinhavou a transferência, mas na hora de efetivá-la houve recuo dos paulistas. As outras ofertas recebidas não seduziram. Vieram dos Américas, do Rio e de Natal.
— Fiquei muitas noites sem dormir pensando no que teria feito para o Inter, mas não encontrei nem recebi respostas. A direção só me fala que o grupo está cheio e que não sou opção para o Abel — contou o lateral.
Chiquinho descarta qualquer problema de vestiário com Fernandão. Um boato de que teria entrado em choque com o capitão ganhou força em seu único jogo contra o Inter, pelo Palmeiras, em 2006. Entrou no segundo
tempo da partida no Beira-Rio e, na primeira disputa,
sofreu falta de Fernandão. Fugindo ao seu estilo, o capitão partiu em direção a Chiquinho e, com o dedo na boca, fez gesto para que se calasse.
— Não tenho problema algum com Fernandão. Foi ele quem me deu uma força para assinar com o Goiás no ano passado — garante o lateral.
De xodó a descartado
2002 - Promovido por Guto Ferreira, Chiquinho é usado por Celso Roth em jogo contra o Santos. Marca Robinho, sofre pênalti e conquista a torcida. Acaba o ano como titular e convocado para a seleção sub-20, mas um problema circulatório ameaça sua carreira.
2003 - Passa boa parte da temporada em tratamento e é dado como curado do entupimento de uma veia cerebral.
2004 - Começa a temporada como titular, mas volta a sentir os problemas circulatórios em maio. Faz exames e é liberado. Acaba o ano como um dos destaques do time. Faz gols em Gre-Nal e brilha em jogo contra o Boca na Bombonera.
2005 - Enfrenta problemas no púbis, passa por cirurgia em julho e
fica outra temporada sem jogar.
2006 - Sem chances no Inter, é levado para o Palmeiras por Tite. Fica na reserva de Michael.
2007 - Começa a temporada no time B. Sem espaço, acaba no Goiás. Titular, faz boas atuações, mas não tem o empréstimo renovado.
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