| 11/11/2007 14h53min
O caso de suposto doping da nadadora Rebeca Gusmão se torna ainda mais polêmico. A voluntária Adriana Salazar, escolhida para escoltar a atleta no momento do antidoping, contou ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo, que foi impedida de realizar todo o procedimento exigido pela Federação Internacional de Natação (Fina). Ela disse que não conseguiu acompanhar a retirada do material, pois não a deixaram entrar na sala de exame. As informações são do site GloboEsporte.com.
– No momento em que ela ia entrar na sala para fazer o exame, eu fui impedida de entrar porque disseram na hora que tinham muitos atletas lá na sala fazendo o exame e que já tinham dois escoltas lá dentro, um homem e uma mulher, para acompanhar os atletas que estavam lá dentro. Eu realmente não finalizei o exame, eu não vi a coleta de Rebeca – explicou.
Adriana disse ainda que não sabe precisar quem a impediu de acompanhar o exame:
– Agora eu não sei. Eu sei que ou foi a menina que era a chefe do Parque Aquático Maria Lenk, que era a Fernanda Sardinha. Ou o Bruno, que era o responsável por todo o complexo, Parque Aquático Maria Lenk e a Arena Multiuso – revelou.
Rebeca, que ganhou quatro medalhas nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, foi flagrada com alto índice de testosterona no dia 13 de julho. Mas essa não foi a primeira vez que a nadadora deu positivo. Em maio de 2006, ela foi flagrada em um exame antidoping, também por excesso de testosterona, e se defende em processo no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Segundo Matthieu Reeb, secretário-geral do órgão, o caso seria julgado ainda neste mês de novembro.
Durante a semana, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou uma nota oficial. Esta dizia que o resultado do exame de DNA feito no material recolhido da nadadora durante o Pan pertencia a diferentes pessoas. Na nota, a entidade também anunciou o afastamento da médica Renata Castro, uma das responsáveis pelo exame antidoping no Parque Maria lenk, onde Rebeca realizou o seu teste.
Os amigos de Rebeca não acreditam em fraude. Mariana Brochado, bastante chateada, preferiu não comentar o caso. Joanna Maranhão, no entanto, garantiu que é impossível alguém burlar o doping sozinho. Ela diz que se a amiga errou, não errou sozinha.
– Eu conheço bem a índole da Rebeca, somos amigas. Ela é uma pessoa do bem e acredito que não seria capaz de fazer isso sozinha. Caso a fraude se confirme, espero que os verdadeiros culpados paguem por isso – disse a atleta.
Punição
O resultado positivo no exame antidoping realizado no dia 13 de julho pode levar a nadadora Rebeca Gusmão, maior esperança do Brasil para os Jogos de Pequim, a ser banida do esporte. Como já existe um processo contra a atleta no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), por conta de um outro teste, realizado em maio de 2006, a atleta corre risco de ser declarada reincidente caso seja considerada culpada pelas duas acusações.
A Comissão Executiva da Federação Internacional de Natação (Fina) suspendeu preventivamente a atleta de qualquer competição até a reunião do órgão, em data ainda a ser decidida. A suspensão começou a valer no dia 2 de novembro, última sexta-feira. A nadadora, que já pediu a análise da contraprova, foi ouvida na segunda-feira na Reunião do Painel de Doping da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e disse que jamais fez uso de qualquer substância proibida.
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