| 10/11/2007 22h31min
É uma diferença sutil porém amazônica. Para o Grêmio, trata-se de se manter na corrida por uma vaga na Libertadores. O problema é que, no caso do São Paulo, o jogo deste domingo, no Morumbi, às 18h10min, é a própria Libertadores. É como se fosse a estréia antecipada em busca do Tetra.
Zero Hora esteve com a delegação do São Paulo por dois dias, na véspera e no dia seguinte à derrota para o Juventude por 2 a 0 no Alfredo Jaconi, quarta-feira. O último objetivo do time de Muricy Ramalho em 2007 é mesmo reduzir o Olímpico a confrontos apenas pelo Brasileiro. A opinião de Rogério Ceni, o primeiro a alertar para os perigos de cruzar com o estilo gaúcho, reflete 100% o espírito do grupo.
Não que exista desejo de vingança pela eliminação na Libertadores deste ano, embora em uma ou outra declaração se perceba o desejo do troco. Trata-se de pragmatismo. O Grêmio é visto como velha raposa do mata-mata. E não apenas na condição de clube. Fosse assim, haveria o mesmo sentimento
em relação a Flamengo e
Palmeiras. O Grêmio, além da tradição, tem um grupo testado em Libertadores.
— Como falou o Rogério, é adversário direto — diz Mario Perez, o Tata, auxiliar de Muricy, sentado no sofá do saguão do hotel Intercity, em Caxias do Sul.
Outro fator a indicar que o Grêmio não terá pela frente um adversário desinteressado como o que se viu diante do Juventude é o caráter de celebração do jogo. A CBF ainda não confirmou se entregará a taça, mas o clima é totalmente festivo.
Haverá venda de camisas com o 5-3-3 no peito (alusão ao Penta e aos tricampeonatos da América e do Mundo). De quebra, deve ser confirmada a prorrogação do contrato com a Reebok até 2010, agora com R$ 14 milhões em vez de R$ 7 milhões, o que significa dinheiro para reforços.
— Se me perguntarem se quero pegar o Grêmio na Libertadores, digo que não. Então temos que fazer o nosso papel — avisa Souza.
— Não queremos que ninguém estrague a nossa festa
— concorda o lateral Júnior.
O tom das declarações
subiu a ponto de Muricy tratar de apagar as labaredas antes que elas virassem incêndio. O técnico salientou que não será ele o responsável pelo fracasso azul.
— O Grêmio teve outras chances de estar na zona da Libertadores. Se ficar fora, não terá sido por causa deste jogo. A verdade é que esperamos que o campeonato acabe de uma vez. Mas este jogo queremos ganhar. Vamos fazer feio na frente de 70 mil pessoas em casa?
Muricy: "Mas este jogo queremos ganhar. Vamos fazer feio na frente de 70 mil pessoas em casa?"
Foto:
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