| 02/11/2007 07h32min
O descontrole emocional tomou conta do Grêmio na quarta-feira, contra o Atlético-PR. Tal desequilíbrio põe em risco a meta gremista de se classificar à Libertadores em 2008. O destempero afeta todos, da presidência à torcida. Em 2007, não faltaram maus exemplos de quem deveria ser modelo dos jogadores.
A conseqüência é um efeito cascata que tirou o time da zona da Libertadores há três rodadas e é o inimigo tricolor na busca pela vaga que permite sonhar com o tri da América.
O mau exemplo começa com Odone...
O discurso oficial é de que os boleiros não se envolvem com os assuntos políticos do clube.
Entretanto, neste ano, a turbulência entre conselheiros e dirigentes foi tão grande que os jogadores chegaram a presenciar alguns episódios. Houve discussão e início de briga no vestiário entre o presidente do clube, Paulo Odone, e seu ex-assessor Carlos Josias.
Depois da rejeição
interna ao ex-governador Antônio Britto como presidente, o mais recente
chilique de Odone foi a ameaça de largar o cargo caso Raul Régis ganhasse a eleição do conselho deliberativo. O opositor venceu, mas Odone voltou atrás.
... passa por Pelaipe...
A última do assessor de futebol do Grêmio Paulo Pelaipe foi a confusão no aeroporto de Curitiba, ontem.
Segundo testemunha que estava na sala de embarque, Pelaipe, ao ver o presidente do conselho deliberativo do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, foi ofendê-lo e depois distanciou-se. Petraglia levantou-se e respondeu com outra ofensa, o que fez Pelaipe retornar e dar-lhe um empurrão. No revide, o dirigente gremista levou um soco no rosto, que resultou em um dente quebrado de Pelaipe. Tudo isso às vistas da delegação tricolor.
Os envolvidos foram até um posto da Polícia Civil registrar ocorrência.
Ontem, ao chegar em Porto Alegre, Pelaipe negou a briga e disse que perdera o dente na noite anterior.
Para piorar, o cartola gremista ainda foi denunciado ontem pelo
Superior Tribunal de Justiça Desportiva no artigo 188 (ofensa a membros da Justiça Desportiva). Será julgado na próxima semana e poderá ser suspenso por até 180 dias.
... continua com Mano Menezes...
Às vésperas de pegar o Palmeiras, em São Paulo, o técnico Mano Menezes acusou o treinador Caio Júnior e o jogador Valdívia de chamar seu time de violento. Chamou o técnico alviverde de "velha raposa", que tentaria condicionar a arbitragem.
Caio, porém, não havia criticado o Grêmio, fato assumido depois por Mano.
Contra o Flamengo, o técnico afirmou que o Rubro-Negro era favorecido pela CBF, que adiou jogos durante o Pan. Na semana seguinte, o treinador gremista reclamou da imprensa gaúcha, dizendo que algumas de suas declarações ganhavam "mais destaque do que a campanha do time no Brasileirão".
Quarta-feira, na coletiva após o jogo contra o Atlético-PR, Mano eximiu-se da
responsabilidade da derrota:
— Parece-me que, dessa vez, a culpa não foi
minha.
... chega aos jogadores...
As marcas de agressão na barriga de Tcheco foram causadas pela tentativa de funcionários do Grêmio em contê-lo, durante discussão com Mário Celso Petraglia. Esta é uma versão do episódio, colhida ontem, no Olímpico.
A versão apresentada pelo Grêmio é a de que Tcheco foi agredido por seguranças do dirigente atleticano, que o aguardavam na entrada do vestiário.
Mas o histórico de descontrole do capitão gremista ainda tem outros exemplos deste ano. Na partida do primeiro turno contra o Furacão, o meia já havia sido substituído, para evitar sua expulsão.
No 2 a 2 contra o Atlético-MG, foi criticado por ter recebido o terceiro cartão amarelo, que o retirou da partida seguinte.
Contra o Palmeiras, foi Gavilán quem perdeu a cabeça. Provocado por Valdívia, o volante paraguaio acertou-lhe um soco nas costas e foi punido com 120 dias de
suspensão.
Na quarta-feira, após o jogo, Eduardo Costa deu uma voadora em
Claiton, que provocou os boleiros do Grêmio.
No saldo da batalha, Tcheco foi denunciado por ofensas ao árbitro (pena de dois a seis jogos) e Eduardo Costa por agressão (120 a 540 dias). Os dirigentes serão denunciados na segunda pela briga no aeroporto.
... e irrita a torcida
Depois de todos esses exemplos negativos, que moral têm os jogadores para pedir paz entre a torcida?
— Não fica uma impressão boa — admite Jonas.
— Não é o exemplo que a gente quer dar — revela Labarthe.
Torcedores que viajavam a Curitiba de ônibus para assistir ao jogo de quarta foram detidos pela polícia durante revista em São José dos Pinhais, Interior do Paraná. Os policiais recolheram um revolver de calibre 38 com mira laser, uma pistola .380, cassetetes, facas e 100g de maconha.
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