| 17/08/2007 15h02min
No início da noite de quarta-feira, o joinvilense Alexandre Candemil da Fonseca, 40, passou pelo pior momento da sua vida. Ele viveu o pânico provocado pelo tremor de terra ocorrido no Peru, quando se preparava para deixar Lima.
Representante comercial, Fonseca estava na recepção de um hotel quando sentiu o prédio sacudir. Foram quase três minutos de terror. Pedaços do teto caíam. Vidros se espatifavam no chão e as pessoas, com rostos em pânico, revelavam o medo de estarem perto da morte.
– Começaram a berrar que era um terremoto e pediam para a gente correr para as ruas. Nunca vi tantas pessoas fugindo dos prédios ao mesmo tempo. Corriam desesperadas. Eu estava perdido. Não sabia para onde ir. Muitos moradores me pediam ajuda. Fiquei em estado de choque – contou.
Uma hora depois do terremoto, Fonseca pegou um táxi para o aeroporto. O motorista não queria sair porque as ruas estavam fechadas. Depois de insistir, ele
conseguiu a carona e chegar ao destino.
–
Não vi prédio caídos, mas as estruturas estavam com várias rachaduras – disse.
Ele só se acalmou quando o avião decolou rumo a São Paulo. Em Santa Catarina, peruanos residentes em Joinville, mas com parentes na faixa mais afetada pelo tremor de quarta-feira, acompanham com apreensão as notícias sobre o terremoto.
Morando há três anos no Norte de Santa Catarina, o casal de peruanos, Martha e Ricardo Livelli, ficou sabendo da catástrofe no país natal ontem pela manhã.
– Fiquei sabendo quando cheguei no trabalho. Tenho 12 parentes que moram entre Pisco e Ica. Um dos meus tios teve parte da casa derrubada pelo tremor, mas ninguém se feriu – disse Livelli.
Ele trabalha em uma empresa de computação de Joinville e não deve pedir licença para viajar ao país de origem.
– A maior parte da nossa família mora na capital (Lima), e ficou longe da área mais afetada. Liguei hoje para a minha mãe, falei com todo mundo por lá e está tudo bem, graça a Deus – falou o peruano.
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