| 23/11/2006 10h37min
As alternativas para garantir a segurança de Pequim, uma cidade com mais de 15 milhões de habitantes e que deve receber dois milhões de pessoas durante os Jogos Olímpicos de 2008, foram tema de debate em um seminário internacional realizado esta semana na China. A luta antiterrorista e a cooperação internacional em matéria de segurança durante grandes eventos esportivos centrou a discussão organizada pelo Instituto Inter-regional de Crime e Justiça das Nações Unidas (Unicri), organismo especializado em proteger grandes eventos, e pelo Centro de Segurança Olímpica de Pequim.
Durante três dias, a capital chinesa ouviu os conselhos e advertências de especialistas procedentes de vários países para tecer uma estratégia que garanta a segurança do maior acontecimento esportivo do mundo. A relativa paz interna no país e uma política externa baseada nos princípios de não ingerência, colaboração e respeito mútuo afastam, em tese, a hipótese de que Pequim possa ser alvo de ataques terroristas.
Fontes do Escritório de Segurança Pública de Pequim não quiseram revelar quais seriam as principais ameaças à segurança da cidade. Embora as autoridades não queiram pronunciar-se a respeito, a presença de 5 mil jornalistas fará de Pequim em 2008 um cenário ideal para os grupos de defesa de direitos humanos fazerem ouvir sua mensagem.
– Não podemos excluir a possibilidade de que essas pessoas (visitantes, delegações, jornalistas) possam se transformar em alvo do terrorismo – acrescentou Liu Shaowu, diretor do Departamento de Segurança do Comitê Organizador de Pequim 2008 (Bocog).
Frente à ameaça de atentados, o Bocog se viu obrigado a aumentar seu orçamento em maio de 2005, acréscimo justificado pelos atentados de 2001 contra as torres gêmeas em Nova York. Assim, o custo dos Jogos Olímpicos ficou em US$ 2 bilhões, bem longe dos cerca de US$ 10 bilhões gastos nos Jogos de Atenas, dos quais 10% foram investidos em segurança.
Em 2004, apenas para a segurança, Atenas contou com mais de 30 mil pessoas e embora fontes do Escritório de Segurança de Pequim afirmem que ainda é cedo para dizer quantos agentes trabalharão nos Jogos. O jornal China Daily estima em 10 mil.
– Testemunhamos tragédias em alguns eventos esportivos em anos recentes e não queremos que isso aconteça em Pequim – disse o subsecretário-geral da ONU, David Veness.
Este ano, Pequim já recrutou 2 mil novos policiais, estudantes universitários capacitados para colaborar em trabalhos de vigilância e instalou alta tecnologia de reconhecimento facial em todos os estádios para identificar pessoas indesejáveis.
Entre as medidas especiais para os Jogos, constam franco-atiradores especialmente preparados, a compra de novos helicópteros italianos e cursos de condução de risco aos agentes.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.