| 13/02/2002 22h18min
Os governos brasileiro e argentino concordaram nesta quarta-feira, dia 13, em negociar a redução das restrições comerciais entre os dois países para aumentar o comércio bilateral e do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Após reunião com o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, o ministro da Produção da Argentina, Jose Ignacio de Mendiguren, disse que a adoção do câmbio flutuante aproxima a Argentina do Brasil. A idéia, afirmou, é integrar as cadeias produtivas dos dois países no médio prazo e de atuarem juntos para aumentar as exportações do Mercosul para terceiros mercados.
Atualmente, o Brasil restringe a importação de lácteos argentinos e impede a entrada de bovinos, por causa da febre aftosa. A lista de restrições do país vizinho aos produtos brasileiros é maior. Oito produtos brasileiros (entre eles frangos, correntes e motocicletas) são sobretaxados e 13 outros (lava-roupas, aparelhos de ar-condicionado, carne suína e produtos planos de ferro ou aço, por exemplo) são alvo de processos por suspeita de dumping.
A Argentina poderá baixar a tarifa de importação de produtos cujo abastecimento esteja ameaçado ou cujos preços pressionem a inflação, admitiu o ministro da Produção argentino. Sem especificar quais, ele disse que o governo poderia baixar tarifas de importação para regularizar o abastecimento ou para combater abusos de preços. Além de alimentos, o país enfrenta a falta de insumos e bens intermediários para a indústria.
Para adotar tal medida, a Argentina precisaria da concordância dos demais sócios do bloco - Brasil, Uruguai e Paraguai, uma vez que os quatro países aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) às importações de fora do Mercosul. Prudente, o ministro Sérgio Amaral não firmou nenhuma posição sobre o assunto. No passado, porém, o Brasil precisou de medida semelhante e foi apoiado pelos sócios do bloco. O encontro entre os dois ministros, o primeiro desde que Mendiguren assumiu o cargo, foi iniciativa dos argentinos.
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