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 | 06/01/2002 23h18min

Ministro anuncia que dólar valerá 1,40 peso

Em pronunciamento, Jorge Remes Lenicov deu as diretrizes da nova política econômica

Depois do senado argentino ter aprovado na noite deste domingo, dia 6, a Lei de Emergência Pública e de Reforma do Regime Cambial, que prevê o fim da conversibilidade entre peso e dólar e dá cartas brancas para o Executivo criar uma nova política econômica, o ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, anunciou que o novo câmbio oficial da Argentina será de 1,40 peso para 1 dólar. Além disso, o país também terá uma cotação livre do dólar, que deverá ser superior à taxa oficial.

Segundo o ministro, que falou logo após a aprovação do projeto, em entrevista coletiva, a cotação da moeda norte-americana no mercado livre será muito parecida com a oficial e, em breve, haverá um sistema livre de flutuação. Lenicov disse que a lei é uma saída formal da conversibilidade. Para o ministro, a medida foi apenas oficializada, pois já havia sido tomada semanas atrás pelo então presidente argentino Fernando de La Rúa.

Quando perguntado sobre a possibilidade de um aumento no limite dos saques bancários (medida chamada popularmente de "corralito"), o ministro disse que é bem provável que isso aconteça já no início da próxima semana e que o valor será perto de 1,5 mil pesos. Ele acrescentou que o governo ainda vai definir como será feita a devolução do dinheiro retido. Lenicov confirmou que o projeto aprovado pelos deputados e senadores vai permitir ao poder Executivo "pesificar" os créditos hipotecários de até US$ 100 mil, os saldos ainda não pagos dos cartões de crédito e as tarifas dos serviços públicos.

Lenicov também anunciou a criação de um imposto temporário para as exportações do setor petrolífero – que poderia gerar uma arrecadação de até US$ 1,2 bilhão por ano – para compensar os bancos pela reconversão dos créditos. Para conter uma possível onda inflacionária, a administração do atual presidente Eduardo Duhalde poderá, uma vez promulgada a nova lei de emergência, fixar um teto para os preços dos produtos de primeira necessidade.

Jorge Lenicov também informou que no início de fevereiro o governo começará a negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros organismos multilaterais de crédito. Por fim, aproveitou a ocasião para pedir a "consideração" do FMI e dos grandes empresários para esta nova política adotada.

– Creio que estamos num processo de recuperação institucional e econômica. Estas medidas são as únicas que podemos tomar. Sair de um esquema de política não é fácil , mas estamos convencidos de que estas medidas vão nos permitir começar a ver os resultados posivitivos em breve, disse o ministro antes de terminar o prinunciamento.

 
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