| 15/08/2005 16h20min
Por ocorrência da sessão solene do Senado Federal hoje em homenagem ao deputado Miguel Arraes (PSB-PE), que morreu no último sábado, o discurso de despedida do senador Cristovam Buarque (DF) do PT será feito somente amanhã.
Hoje pela manhã, a assessoria do senador havia informado que o discurso só ocorreria na terça. Contudo, por volta das 12h, Cristovam comunicou que havia decidido antecipar para hoje o seu desligamento do partido. O senador é o primeiro petista do alto escalão federal a deixar a legenda após as denúncias do suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada, o mensalão.
Há especulações de que o ele filiar-se-á ao PPS, mas ficará por um tempo sem partido. Cristovam foi governador do Distrito Federal pelo PT e Ministro da Educação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas nunca teve um bom relacionamento com o ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP). Ele esteve em conflito
algumas vezes com o Campo
Majoritário do partido, do qual Dirceu faz parte.
Hoje, em seu discurso no Plenário, Cristovam disse que a esquerda brasileira precisa ser refundada, afirmando existir atualemente um verdadeiro caos partidário e ideológico no país, o que qualificou de "verdadeiro vazio de idéias e propostas". O senador contou que votou há 40 anos para eleger Arraes, mas que nunca se arrependeu de sua opção.
Apesar de não fazer parte da ala mais radical do PT, Cristovam diz ter ficado frustrado com o pronunciamento de Lula na última sexta, o que motivou a sua decisão de desligamento do partido. O senador prometeu que ainda hoje concederá entrevista à imprensa para explicar detalhes do seu afastamento do PT.
Com informações da Agência O Globo.
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