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 | 15/08/2005 13h09min

Senador acredita que Lula deve abrir mão da reeleição para conter crise

Cristovam Buarque diz que não é hora de se fazer política, mas sim história

O senador Cristovam Buarque (PT-DF) defendeu hoje, em entrevista à rádio CBN, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abra mão da reeleição e encaminhe ao Congresso Nacional um projeto de lei que acabe com a reeleição não só dele, mas dos próximos presidentes da República. Em troca, afirmou, Lula negociaria com o Congresso Nacional a aprovação de um conjunto de leis que considera importantes em seus últimos 16 meses de mandato.

– Não é hora de fazer política, é hora de fazer história – disse Buarque, acrescentando que apresentou essa proposta ao presidente Lula há dois meses.

Perguntado sobre a intenção do presidente de lançar uma ofensiva para conter a crise, o senador petista afirmou que Lula precisa sair da lógica da crise e que será um erro caso essa ofensiva seja atacar os partidos de oposição. Na avaliação de Cristovam Buarque, só abrindo mão da reeleição o presidente Lula conseguirá recompor uma base de apoio no Congresso Nacional.

– Ele tem que fazer um gesto que justifique a recomposição. Para mim, esse gesto é acabar com a reeleição – afirmou.

Buarque explicou que o fim da possibilidade de reeleição é importante porque os presidentes não sentam na cadeira como presidente, mas como candidato, e atribuiu a este fato a origem da crise política instalada no país.

– Foi isso que complicou – disse o senador, afirmando que a base de apoio seria negociada não para reeleger Lula, mas para permitir a conclusão do mandato.

Buarque afirmou que, na negociação para formação desta nova base, não precisaria mudar ministros, mas eleger projetos de lei prioritários para aprovação. O senador afirmou que a proposta de por fim à possibilidade de reeleição seria muito demorada se fosse apresentada por algum parlamentar e, além disso, não valeria para Lula, apenas para o próximo presidente.

– Tem que partir do próprio presidente, senão seria um golpe de estado. Se partir dele não – explicou.


As informações são da Agência O Globo.

 
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