A safra brasileira de soja 2004/2005 poderá ficar em apenas 51,8 milhões de toneladas, volume próximo da safra anterior, de 49,7 milhões de toneladas. Conforme estimativa divulgada nesta quinta, dia 17, pela consultoria Agroconsult, a estiagem deve derrubar a produção nacional, inicialmente estimada em 58,4 milhões de toneladas.

A previsão foi sendo reduzida conforme a estiagem se prolongava. No dia 4 de março a Agroconsult, que está realizando uma expedição pelas áreas de cultivo de grãos no Brasil, havia projetado a safra em 53,1 milhões de toneladas.                                 

"Após visitar os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as equipes constataram que a seca afetou praticamente todas as áreas visitadas, em especial o Rio Grande do Sul, que perdeu 70% de sua safra" – informou a consultoria em um comunicado. O que restou da safra gaúcha é de qualidade ruim, diz a entidade.

– A seca no Estado (RS) já é a mais grave dos últimos 62 anos, com lavouras com produtividades tão baixas que não compensam os custos da colheita. São grãos pequenos, sem padrão para exportação e com baixo teor de proteína – afirmou André Pessôa, diretor da Agroconsult.

A consultoria reduziu sua estimativa para a safra total de grãos do Brasil para 116,6 milhões de toneladas (o governo estima a produção em 120,5 milhões de toneladas, mas poderá revisar para baixo o número –  técnicos estão no campo neste momento realizando um levantamento extra da safra).               
                  
André Pessôa afirmou que mesmo fazendas em Goiás, onde acreditava-se que a seca não teria sido muito forte, sofreram efeitos da estiagem. A entidade constatou produtividades de apenas 35 sacas por hectare em algumas lavouras na região com variedades mais tardias. A soja de variedade precoce praticamente escapou da seca e teve bom rendimento.

As informações são da agência Reuters.