O senador  Pedro Simon (PMDB-MS) afirmou nesta sexta, dia 11, que a crise causada pela seca no Rio Grande do Sul é a pior das últimas décadas e praticamente inédita na história do Estado. Simon lembrou que na próxima segunda, dia 14, representantes das comissões de Agricultura da Câmara dos Deputados, do Senado e da Assembléia Legislativa do Estado se reunirão com entidades ligadas ao setor na Universidade Federal de Passo Fundo (RS) para debater o assunto. O objetivo do encontro é elaborar um documento único que será entregue ao governador Germano Rigotto e ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sobre os prejuízos da seca e as reivindicações para o enfrentamento da crise.

–  A direção técnica da Emater indicou que a perda da lavoura da soja já atinge aproximadamente 60% da estimativa inicial, e a do milho, 57%. Nos dois primeiros meses do ano, a venda no Estado de maquinário agrícola de empresas que são também exportadoras teve redução de 50%. Nas companhias que não exportam máquinas, a diminuição dos negócios é de 70% no mesmo período – afirmou Simon.

Segundo o senador, o secretário de  Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, disse que a reunião deverá definir uma linguagem comum de toda a cadeia produtiva em relação aos danos causados pela estiagem. O documento será entregue ao governador nos próximos dias e ao presidente Lula na quarta, dia 16, quando ele e sua equipe econômica visitarão o Estado.

Pedro Simon informou que segundo o último levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) as perdas computadas para as principais culturas de verão de 2005 já superam a marca de 50%, com "sério comprometimento" das culturas de soja, feijão, milho, hortaliças e frutas. Outro problema causado pela seca, segundo Simon, é o êxodo rural, que atinge os segmentos mais jovens da população, "o que tem contribuído para o envelhecimento da mão de obra hoje existente no meio rural".

Na pauta de reivindicações estão, segundo o senador, um auxílio estiagem para as famílias de pequenos agricultores, a liberação imediata de recursos para pré-custeio e custeio para a implementação da próxima safra de inverno, a prorrogação de parcelas para financiamentos e a liberação de recursos e linhas de crédito para cooperativas e agricultores.

As informações são da Agência Senado.