| 01/03/2005 18h59min
As exportações do agronegócio atingiram novo recorde em janeiro de 2005 com remessas que somaram US$ 2,582 bilhões. O resultado é 11,1% superior às exportações do setor em igual mês do ano passado, quando as vendas atingiram US$ 2,324 bilhões.
Conforme o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior (Decex) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo, apesar de favorável o resultado comprova a perda de fôlego do setor agropecuário.
– Enquanto que as exportações do agronegócio cresceram pouco mais de 11%, as exportações do conjunto da economia aumentaram 29,1% em janeiro, na comparação com janeiro de 2004. Isso demonstra que apesar do recorde, há perda do dinamismo do agronegócio – diz Beraldo.
O faturamento das exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) em janeiro atingiu US$ 351,1 milhões, 15% a menos que os US$ 413 milhões de igual mês do ano passado. Essa queda foi causada pela redução dos preços médios, embora o segmento tenha ampliado a quantidade exportada. No mês passado o Brasil enviou o equivalente a 1,56 milhão de toneladas de produtos do complexo soja ao Exterior, contra 1,46 milhão de toneladas em janeiro de 2004. O preço médio de negociação, no entanto, foi de US$ 224,1 por tonelada no mês passado, frente a US$ 282,5 por tonelada em janeiro de 2004.
– Isso comprova que o cenário não é positivo – diz o chefe do Decex, lembrando que o cenário mundial de supersafra deprime preços médios.
A produção mundial de soja neste ano está estimada em 230 milhões de toneladas, contra 190 milhões de toneladas em 2004. Somente a colheita norte-americana deve atingir 85 milhões de toneladas, contra 66 milhões de toneladas no ano agrícola passado. O consumo global deve atingir 180 milhões de toneladas no ano, frente às 165 milhões de toneladas consumidas no ano passado. A possibilidade de recuperação de preços depende agora de fatores climáticos em outro importante pólo produtor: o Mercosul.
– A seca no Sul do Brasil já provocou recuperação dos preços da soja na bolsa de Chicago – explica o chefe do Decex.
Se o cenário ainda é incerto no segmento de grãos, há perspectivas positivas para as carnes, cujas exportações somaram US$ 476,3 milhões em janeiro, 33,4% a mais que os US$ 357,1 milhões de igual período de 2004. No mês passado o Brasil enviou ao Exterior 332,7 mil toneladas de produtos do complexo carnes (entre carne bovina, suína, de aves e outras), frente 267,3 toneladas em janeiro do ano passado. O preço médio em vigor em janeiro passado foi de US$ 1.431,60 por tonelada, contra US$ 1.336,00 por tonelada em igual mês de 2004.
– Para o setor de carnes a conjuntura é extremamente favorável, especialmente se ocorrer a reabertura do mercado russo para a carne bovina brasileira – diz Beraldo.
Para todo o ano de 2005 há expectativa de que o Brasil repita o desempenho de 2004 na balança comercial do agronegócio, obtendo saldo
de aproximadamente US$ 30 bilhões. No ano
passado as exportações do setor atingiram US$ 39,015 bilhões, e as exportações, US$ 4,880 bilhões, gerando saldo de US$ 34,134 bilhões.
As informações são da CNA.
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