| 12/02/2005 14h38min
A estiagem que já dura três meses é considerada pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul a mais grave dos últimos 10 anos. O governo gaúcho homologou nesta sexta, 11, os decretos de situação de emergência de mais seis municípios das regiões Norte e Noroeste – as mais atingidas pela seca.
A última informação apontada como principal responsável pela estiagem é a neutralidade do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico, o que afastaria as chuvas do sul do Brasil.
O meteorologista Eugênio Hackbarth, da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, que diz que a estiagem do ano passado contribuiu para seca este ano. Gil Usso, do Oitavo Distrito de Meteorologia, afirma que devem ocorrer chuvas nos próximos dias, mas insuficientes para amenizar a situação. Para Glauco Freitas, da Central RBS de Meteorologia, as chuvas finas previstas poderiam beneficiar a agricultura, pois penetram mais facilmente no solo. No entanto, a precipitação deve ocorrer somente nas regiões Centro e Leste, de Santa Maria até o Litoral. O norte e o noroeste gaúchos, regiões mais afetadas, continuam secos, segundo a previsão.
O Rio Grande do Sul já contabiliza 283 municípios estão em situação de emergência por causa da estiagem. Oito cidades gaúchas enfrentam o racionamento de água.O Estado de Santa Catarina já começou a ser atingido pela estiagem. Até a tarde desta sexta, 21 municípios, a maioria do Oeste, já haviam decretado estado de emergência.
Aratiba foi o primeiro município gaúcho a ter decretada situação de emergência. Com 80% de perda nas lavouras de milho e feijão, 30% de leite, 50% no soja e 20% no fumo, as propriedades rurais agonizam com o sol forte e são abastecidas por dois caminhões-pipa.
Os decretos homologados pelo governo estadual são enviados para Brasília, e os municípios ficam aptos a receber ajuda da União. De R$ 1,8 milhão destinados à seca no Rio Grande do Sul em 2003, só R$ 1 milhão chegaram aos municípios atingidos.
Com informações da Rádio Gaúcha e de Zero Hora.
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