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 | 18/01/2005 15h20min

Programação deste ano dispensa megaconferências

Todas as atividades serão coordenadas pelas próprias entidades

A quinta edição do Fórum Social Mundial será bastante diferente dos encontros que Porto Alegre recebeu nos anos anteriores. Em 2005 não haverá megaconferências no Gigantinho reunindo 15 mil pessoas para ouvirem renomados conferencistas. Neste ano, o Comitê Organizador não vai promover nenhuma atividade - todas as cerca de 2,5 mil atividades foram propostas e serão coordenadas pelas 4 mil entidades de 112 países participantes do evento.

A metodologia de programação, feita a partir de uma consulta aberta, pela internet, a todas as organizações que compõe o movimento, definiu 11 espaços temáticos que irão suportar todas as atividades propostas para o FSM 2005, e mais cinco  eixos transversais. O modelo foi inspirado na edição de 2004, em Mumbai, na Índia.

Segundo os organizadores, a participação popular foi muito mais expressiva em Mumbai do que nas edições anteriores. Lá, a concentração do evento em um único espaço, uma fábrica desativada na periferia da cidade, facilitou a interação entre os participantes das organizações da sociedade civil. Por isso, a idéia foi copiada. Agora, todas as atividades em Porto Alegre se concentrarão em cerca de 500 espaços construídos na orla do Rio Guaíba através da bioarquitetura, um modo de construir com menos impacto ambiental.

São 203 salas e auditórios para debates e outras 295 tendas para diferentes atividades e serviços, distribuídos numa extensão de quatro quilômetros entre o Cais do Porto e o Parque Marinha do Brasil. Será nesses espaços que circularão as celebridades, como os ministros brasileiros da Cultura, Gilberto Gil, e do Meio Ambiente, Marina Silva, em palestras para públicos menores propostas, organizadas e executadas pelas entidades.

A articulação em espaços temáticos também visa evitar que várias atividades semelhantes aconteçam simultaneamente, dispersando os participantes pela cidade como nas três primeiras edições. Com uma oferta tão grande e diversificada, o Conselho se esforçou este ano para evitar a repetição desarticulada de atividades sobre o mesmo tema.

GISELE NEULS

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