| 17/01/2005 12h34min
Milhares de jovens se reúnem durante a realização do Fórum Social Mundial (FSM) para a discussão de temas como economia, ambiente, redistribuição de riquezas, direitos humanos e respeito às diferenças. Esse contato não ocorre em uma sala de conferências, mas sim em um parque da Capital, onde eles acampam e convivem por mais de uma semana, participando de seminários, oficinas e espaços de expressão. É o Acampamento Intercontinental da Juventude (AIJ), que em 2005 ocorre entre os dias 24 e 31 de janeiro no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre.
Para a quinta edição do evento, a comissão responsável por coordenar as obras do acampamento espera cerca de 35 mil pessoas, com uma infra-estrutura montada para receber até 40 mil acampados. O período para pré-inscrições individuais e de atividades no acampamento ocorreram até o dia 15 de janeiro. Depois, as inscrições podem ser realizadas a partir de 24 de janeiro diretamente no local.
A organização do AIJ é aberta para os interessados que podem se integrar em uma das comissões, ou atuar como voluntário. Conforme o Comitê Organizador essa dinâmica permite um contato direto entre os participantes.
Nesta edição, o evento chega com novidades, como uma exposição multimídia que exibirá o acervo de memória das quatro edições anteriores.Também está prevista uma biblioteca real e virtual, sala de cinema e espaços equipados com informática, onde serão utilizados softwares livres. Para a realização das atividades, o local conta com sete Centros de Ação, com capacidade para 600 a 120 pessoas.
Também estão previstos nove outros espaços de atividades, denominados Axônios, com capacidade para até 150 pessoas, espalhados por toda a área do acampamento. O evento também conta com três espaços chamados de Elo, específicos para livre circulação. Um deles está localizado na orla do Lago Guaíba e funciona como espaço para festas e outras manifestações noturnas. A estrutura do AIJ ainda contempla três tablados de 9 metros quadrados.
O jornalista Viliano Fassini, 28 anos, é integrante da comissão de comunicação do AIJ e conta que participa dos acampamentos desde 2002. Para ele, a forma como o acampamento é concebido visa à manifestação plural e é propícia para se produzir referências simbólicas comuns, reforçando o sentido de comunidade.
– Cada detalhe do acampamento tem uma proposta, temos um cuidado para que o espaço não seja apenas um simples local de hospedagem. Existem atividades específicas de debate e a colocação de idéias na prática. Durante o acampamento ocorre uma profusão cultural. Ocorre a reunião de pessoas de diversos países, visões diferentes, um mosaico de culturas.Trata-se de um espaço para a criação de mundos – avalia.
Embora Fassini enfatize que os espaço seja de discussão, ele não descarta que a rotina do acampamento seja marcada também pela descontração e por atividades espontâneas:
– Ocorrem reuniões em baixo de uma árvore, podemos encontrar o pessoal fazendo música, existe uma relação solidária entre as pessoas e até festas – diz, Fassini.
Para o enfermeiro Osvaldo Bonetti, 27 anos, integrante da Comissão de Saúde, o melhor do AIJ é a congregação de culturas populares diversas:
– O acampamento possibilita também o debate da saúde. É um espaço necessário de contraponto e de reflexão do teu dia-a-dia. Aglutina todas as áreas do saber e congrega lutas por uma sociedade melhor.
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