A falta de chuva que atinge o Rio Grande do Sul ainda não causa prejuízos aos arrozais, mas coloca em alerta, principalmente, os produtores das regiões onde ocorreram déficit hídrico no inverno e na primavera de 2004. A afirmação é do diretor-técnico do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer.

Para ele, a condição climática, marcada por dias quentes com alta luminosidade, favorece o processo de implantação e crescimento das plantas. No entanto, ressalva que algumas lavouras poderão ficar prejudicadas se não chover nos próximos 15 dias.

O diretor-técnico do Irga afirma que a redução do nível dos mananciais, devido à falta de precipitação pluviométrica e elevada evaporação, ocasiona baixo rendimento das bombas de recalque. Além disso, há dificuldade na condução e na manutenção do volume correto de água das lavouras. Apesar de não dispor de dados concretos com relação às perdas econômicas durante o processo de irrigação, na avaliação dele a necessidade de aumentar o tempo de funcionamento das bombas acarreta maior consumo de energia e do custo de produção.
 
Pelo menos 50% da safra de milho e 40% da produção de feijão no Norte do Rio Grande do Sul já foram perdidos devido à estiagem. Segundo o último levantamento da Emater, a produção de leite também está prejudicada, e já caiu em média 15% em algumas regiões.

A ameaça também recai sobre a soja. No ano passado, 30% da safra gaúcha foi perdida porque a estiagem atingiu a fase de formação do grão. Este ano, a seca veio mais cedo, e a Emater não ainda estima quebra, embora algumas localidades da região Norte já tenham necessidade de replantar 20% das lavouras.

Neste ano, no entanto, muitos agricultores gaúchos conseguiram segurar suas lavouras contra as intempéries do clima. Somente no Rio Grande do Sul, em 2004, foram fechadas 190 mil operações de crédito por pequenos agricultores, todas vinculadas ao seguro da agricultura familiar.

Com informações do governo do Estado e jornal Zero Hora.