| 19/11/2004 17h25min
A previsão do vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Clair Dariva, de que o suíno poderia aumentar até 10 centavos ainda nos primeiros dias após a reabertura do mercado russo, se confirmou.
As agroindústrias catarinenses já estão praticando o preço de R$ 2,35 pelo quilo do suíno vivo, que com o bônus pela tipificação de carcaça chega a R$ 2,54.
Com o reajuste, o preço volta ao patamar anterior ao embargo russo, ocorrido em 20 de setembro.
Podem ocorrer novos reajustes, já que há escassez de matéria-prima para suprir a demanda interna e externa, ocasionada pela redução dos plantéis nos últimos dois anos, especialmente em Santa Catarina.
Sanidade
O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, visitou nesta sexta-feira, dia 19, a Expomerco, em Chapecó. Ele atribuiu a retomada das exportações para a Rússia ao trabalho de sanidade diferenciado do Estado.
Sopelsa disse que o trabalho de vacinação, iniciado há mais de 30 anos, resultou no atual status sanitário de Santa Catarina. Há 14 anos o Estado não registra foco de aftosa, e há quatro anos não vacina o rebanho.
O secretário destacou que o Estado investe R$ 26 milhões por ano em sanidade. São cerca de 800 pessoas envolvidas no processo. Existem 250 profissionais contratados para as 43 barreiras nas fronteiras com o Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina, além de 150 veterinários da Companhia Integrada para do Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
Santa Catarina busca agora o status de área livre de aftosa sem vacinação junto a Organização Internacional de Epizootias. Esse status facilitaria a abertura de novos mercados como a União Européia.
Ambiente
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Wolmir de Souza, disse que não esperava uma reação tão rápida no preço pago ao produtor.
Além da sanidade, o presidente da ACCS disse que é necessário tomar medidas nas questões ambientais.
Na quinta-feira, Souza se encontrou com a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e apresentou o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público para reduzir a contaminação das águas por dejetos de suínos.
Souza também reivindicou financiamentos de R$ 8 mil por produtor, nos moldes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para investimentos em tratamento e armazenamento de dejetos.
Os juros seriam de 4% ao ano. Além de evitar barreiras ambientais para exportação, o projeto vai melhorar a qualidade da água e da vida da população do Oeste catarinense.
As informações são do Diário Catarinense.
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