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A notícia do fim do embargo russo à carne catarinense foi recebida com alívio pelo governador Luiz Henrique da Silveira, uma vez que o Estado estava há quase dois meses sem vender carne suína para o seu principal cliente.
Neste período, Santa Catarina deixou de exportar US$ 1 milhão por dia e já corria o risco de sofrer um colapso no setor.
O embargo à carne brasileira – inclusive a catarinense – começou no dia 20 de setembro em virtude do surgimento de casos de febre aftosa na Amazônia.
Apesar da distância entre os dois Estados (cerca de cinco mil quilômetros) e da ausência da doença em Santa Catarina, os russos decidiram suspender as compras também no Estado.
O governador Luiz Henrique da Silveira disse que o fim do embargo foi resultado de um intenso trabalho diplomático, que culminou com a viagem do vice-presidente José Alencar à Rússia, em outubro.
O vice-presidente foi recebido como chefe de Estado e teve inclusive um inesperado encontro com o presidente da Rússia. Nos encontros, Alencar teria sido enfático na defesa de Santa Catarina.
– O vice-presidente bateu forte nesta questão e isso foi decisivo para os russos abrirem uma exceção para o Estado e voltar atrás no embargo – afirmou o governador.
Teria partido de Luiz Henrique a proposta – aceita pelo governo russo – de que cada região brasileira exportadora apresentasse, em separado, um certificado garantindo que estava livre da Aftosa.
Embargo
Além do esforço diplomático, existiriam outros motivos para a suspensão do embargo por parte do governo russo.
Uma delas seria o interesse da Rússia em vender aeronaves para o governo brasileiro, cuja pasta de ministro da defesa foi recentemente ocupada pelo vice-presidente José Alencar.
O próprio embargo teria sido motivado, na verdade, por interesses comerciais. A Rússia teria utilizado este instrumento para reverter a grande defasagem na balança comercial que existe entre os dois países, em que o Brasil vende muito mais do que compra (a relação seria de um para cinco ou seis).
Além disso, os russos estariam interessados em reduzir o preço do suíno, que de US$ 1,1 mil a tonelada estava sendo negociado a US$ 1,8 mil.
As informações são do Diário Catarinense.
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