Santa Catarina perdeu temporariamente o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, que era assegurado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE). A decisão foi tomada na terça-feira, em Paris, na reunião da OIE. O presidente da organização, Romano Marabelli, disse que o Circuito Pecuário Sul pode reivindicar a recuperação do status em setembro, na reunião da entidade. No entanto, ele condicionou o título ao cumprimento de normas pelos estados do Sul. Com a decisão, o Estado passa a ser considerado área infectada para fins de sanidade animal com relação a aftosa. A suspensão do status foi decidida com base no reaparecimento de focos no Rio Grande do Sul, que já tinha perdido o título de zona livre de febre aftosa com vacinação no ano passado, em função dos focos registrados em Jóia. O desencontro de informações foi outro motivo que levou à suspensão do título, assim como a relutância do Rio Grande do Sul em agir em conformidade com as normas internacionais. Desde então, Santa Catarina reforçou a vigilância nas divisas e fronteiras para evitar a entrada do vírus, garantir a sanidade dos rebanhos e permanecer com o status, já que faz parte do Circuito Pecuário Sul, onde as decisões superiores afetam os integrantes. Parte do Paraná integra o circuito. Para recuperar o status de zona livre de febre aftosa com vacinação é preciso que o Rio Grande do Sul adote as regras do Código Zoosanitário Internacional, que obriga o abate dos animais infectados e daqueles que estiveram em contato com bichos doentes. Além disso, é preciso cumprir os prazos previstos no código, para que o título seja requerido em setembro. O secretário de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, disse que é muito difícil que se cumpram os prazos. Só o ministério pode reivindicar a recuperação do status. A situação pode estar longe de se resolver, já que o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffmann, afirmou que é contra o sacrifício dos animais sadios (que apenas estiveram em contato com infectados). Marabelli, da OIE, disse que a requalificação do circuito depende das normas a serem cumpridas. Os produtores de Santa Catarina esperam o retorno do secretário de Agricultura, Odacir Zonta, que deverá pedir um novo certificado de garantia ao Ministério da Agricultura, para manter as exportações. No ano passado, quando o RS registrou focos na região de Jóia, as exportações de Santa Catarina foram suspensas e retomadas mediante garantias de sanidade.