| 04/04/2001 10h21min
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Odacir Zonta, teve a garantia do ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, que em 48 horas o Exército vai ser autorizado a reforçar a fiscalização da fronteira com a Argentina para evitar o risco de contaminação da febre aftosa. Durante conversa telefônica na terça-feira, Pratini teria se comprometido a agilizar a liberação com o ministro da Defesa, Geraldo Quintão. A expectativa é que a autorização saia na quinta-feira, quando uma reunião dos técnicos da Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de Santa Catarina (Cidasc) e o batalhão do Exército de São Miguel do Oeste, com 600 homens, devem acertar detalhes para a operação. Zonta também aguarda a decisão do governo gaúcho sobre a retomada da vacinação contra a aftosa no Estado vizinho. – Vamos decidir o que fazer a partir da decisão deles – disse o secretário catarinense. Até a próxima segunda-feira, deve ocorrer uma reunião entre representantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná para avaliar a questão. Na manhã desta quarta-feira, em Florianópolis, Zonta participa de um seminário com diversas associações de criadores de animais, o Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado, Federação da Agricultura e dos Trabalhadores Rurais, comissão técnica da Assembléia Legislativa, além de técnicos da Cidasc, para discutir o recadastramento dos rebanhos e avaliar o ambiente de volta de vacinação. Não deve sair do encontro uma decisão sobre a aplicação de nova vacina contra a febre. O secretário, em entrevista à Rádio Gaúcha, reforçou que o diálogo está aberto com governo gaúcho e a Federação da Agricultura (Farsul). O medo do governo catarinense é o impacto sobre as exportações de suínos e aves. A previsão para 2001 é de um faturamento de US$ 1 bilhão com as vendas externas, dominadas pelos catarinenses. Zonta lembra que está em negociação a abertura de mercados na China e Rússia, que uma vacinação poderia atrapalhar: – Vacinar é andar de ré. O governo de Santa Catarina já anunciou que bloqueará a divisa com o Rio Grande do Sul para ingresso de animais vivos e carne com osso caso uma nova imunização seja deflagrada no território vizinho.
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