| 02/03/2001 22h09min
Cinco dias antes de chegar ao governo, a proposta das centrais sindicais para cobrir o rombo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já sofreu um racha. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical têm divergências sobre o aumento da alíquota da contribuição dos empresários ao fundo. Em documento redigido nesta sexta-feira, a Força e a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) incluíram a elevação de 8% para 9% para as empresas que estão fora do Simples (sistema simplificado de pagamento de impostos e contribuições federais para pequenas e médias empresas). Ou seja, empresas com faturamento acima de R$ 120 mil por ano teriam de pagar mais sobre a folha de salários, na versão da Força e da CGT. A arrecadação estimada com o aumento é de R$ 8,57 bilhões em três anos. Esse item teria sido alterado da proposta original, de taxar somente as empresas que demitem muito. A CUT é contra a taxação indiscriminada, porque teme que a medida possa gerar demissões no setor produtivo. A CUT quer que o aumento de um ponto percentual (de 8% para 9%) no FGTS seja aplicado "às empresas que utilizam de modo indiscriminado a rotatividade para perseguir a redução do custo do trabalho e para aquelas que apresentarem rotatividade superior à média do setor". A arrecadação estimada pela proposta da CUT é de R$ 4,2 bilhões. As centrais sindicais devem voltar à mesa de negociação na próxima segunda-feira para resolver a questão. O documento final será entregue ao ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, no dia 7.
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