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O encontro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria com os cinco governadores que negociam as reformas na próxima segunda foi adiado para sexta, dia 8, e o tema mudou: no lugar da reforma Previdenciária, como está previsto, eles vão tratar apenas do projeto tributário. Os governadores (representando as cinco regiões brasileiras) dariam a palavra final sobre as mudanças no texto da Previdência.
As alterações se mostraram necessárias para contentar os integrantes do Judiciário, que ameaçavam com uma greve na semana que vem por descordarem com pontos da reforma. Os magistrados pediam o aumento do subteto das justiças estaduais de 75% para 90,25% do salário do Supremo Tribunal Federal (STF). O governo acenou com um aumento para 85%, mas o acordo não foi totalmente firmado, apesar dos juízes terem suspendido o protesto.
O governo anunciou que o presidente tinha decidido adiar sua viagem para a África, marcada para começar nesta terça, dia 6, devido às negociações sobre as reformas. Em São Paulo, o próprio presidente disse que tinha ficado para "batalhar votos" para os projetos.
O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) promete apresentar o parecer da reforma tributária na quinta, mas o Palácio do Planalto informou que diante do cancelamento da viagem à África, o presidente terá mais tempo para discutir a proposta. Mas esta mudança na agenda presidencial ocorreu depois que os governadores disseram não ter mais o que debater sobre a proposta da Previdência.
O governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), avalia que o assunto agora está com o Congresso Nacional e o Executivo federal. Outros governadores teriam chegado a reclamar do excesso de concessões feitas pelo Planalto e dito não querer mais homologar acordos descumpridos. A previsão é de que logo no início da semana que vem, o presidente Lula dê a palavra final sobre o impasse sobre a Previdência, pois a tática do Planalto será insistir na tentativa de aprovar a reforma já na quarta-feira.
– O presidente não teria desmarcado uma viagens dessas à toa – disse o deputado Paulo Bernardo (PT-PR), que acredita que a base aliada poderá fechar um acordo para alterar o texto do relator José Pimentel.
No plenário, essas mudanças poderiam ser feitas mediante a apresentação de uma emenda do próprio relator. Para o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados Professor Luizinho (PT-SP), até agora a posição oficial do presidente é defender a aprovação do atual relatório e honrar o acordo com os governadores.
– Vamos convencer a base e fechar a posição do presidente – disse.
Na reunião do colégio de líderes, prevista também para esta segunda, Luizinho e outros líderes governistas irão defender junto aos demais aliados a votação imediata da matéria.
As informações são da agência Reuters.
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