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Os líderes da base governista na Câmara dos Deputados fecharam acordo nesta terça, dia 22, para garantir a votação na íntegra do relatório da reforma previdenciária na comissão especial da Casa na próxima quinta, dia 24.
– Nenhum líder e nenhum membro da base apresentará destaque (na comissão) – disse o líder do PT na Câmara, deputado Nelson Pellegrino (BA), após encontro que contou com a participação do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Segundo o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), Dirceu teria pedido a compreensão dos líderes para aprovar o relatório, lembrando que os Estados têm muitas dificuldades, ao se referir às questões do subteto e das pensões. O governo não estaria querendo arriscar, neste momento, perder o apoio dos governadores, daí o esforço para garantir a aprovação do relatório na comissão.
– O governo não quer um conflito com os governadores, eles podem contaminar a reforma – disse o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ).
Os líderes negaram que a anunciada greve do Judiciário tenha sido discutida na reunião, mas admitiram uma maior pressa devido ao aumento das pressões.
– Cada dia que passa surgem mais dificuldades, mais questionamentos e mais demandas, então analisamos que chegou a hora de votar logo – disse Oliveira.
Já para a votação em plenário, o líder do PL, Waldemar Costa Neto (RJ), repetiu o que dissera mais cedo. Ele pretende apresentar um Destaque de Votação em Separado (DVS) para fixar o subteto dos salários do Judiciário nos Estados em 90,25% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal, como prevê a atual legislação, no lugar dos 75% previstos no relatório.
Outro destaque que pode ser apresentado em plenário pela base diz respeito à questão das pensões. O objetivo seria elevar o teto de pagamento integral das pensões de R$ 1.058 – como consta no relatório – para R$ 2,4 mil, mantida a redução de pelo menos 30% acima desse valor; ou para R$ 2,4 mil mais 50% da diferença ao que seria a pensão integral.
Apesar do esforço na comissão, há quem veja poucas chances do governo impedir essas mudanças no plenário da Câmara.
– Briga com bicho de saia é briga perdida e o governo arranjou uma briga com as viúvas e com os juízes. Lá na frente, vai perder – disse Jefferson.
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