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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai procurar nesta quarta, dia 4, o vice-presidente José Alencar (PL-MG) para tentar pôr um ponto final na crise que veio à tona com a enxurrada de críticas públicas à política econômica do governo. A conclusão do Palácio do Planalto é de que a situação chegou ao limite. As críticas do vice-presidente foram um dos assuntos da reunião da coordenação política do governo nesta terça, dia 3, no Palácio do Planalto.
– Fica o governo de vilão na questão de juros e ele de mocinho – queixou-se o chefe da Casa Civil, José Dirceu. – Assim, não dá. Realmente, está muito difícil tocar o governo desse jeito.
Com o apoio do presidente nacional do PL, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), e de liberais de vários Estados, o vice-presidente comunicou ao ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que dará seguimento à campanha contra os juros altos.
O problema aumentou quando o vice visitou Palocci há duas semanas para falar de juros, com o balanço de sua empresa, a Coteminas, debaixo do braço. Alencar não se conforma com o fato de a conversa ter vazado para a imprensa, sugerindo que buscasse favorecer sua companhia. As divergências também incluem o que considera "maus-tratos" do governo em geral e de Lula, em particular.
– Se não me procuram, se o Lula não me consulta nunca para coisa alguma e não precisam de mim para nada, então estou liberado para dar minha opinião pessoal sobre qualquer assunto – queixou-se o vice.
Dirceu e o presidente também estariam magoados com o vice por descumprir acordo de não falar sobre política econômica enquanto Lula estivesse fora do país.
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