| 30/04/2003 17h52min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou nesta quarta, dia 30, os textos das reformas tributária e da Previdência ao Congresso Nacional. Acompanhado de governadores, ministros, prefeitos e outros apoiadores, Lula discursou numa sessão solene marcada pelo improviso prometendo entregar outras reformas ao Legislativo até o final do ano.
Lula e 24 governadores partiram de ônibus do Palácio do Planalto para o Congresso Nacional para entregar pessoalmente os textos das reformas. O veículo percorreu pouco mais de cem metros até o prédio. Uma coluna de soldados e seguranças protegeram a comitiva no trajeto entre ônibus e a entrada do Congresso, feito a pé.
No gramado em frente ao prédio, um grupo de cerca 50 pessoas manifestaram apoio à reforma da Previdência. Outro grupo, de menos de 15 pessoas, protestou contra as alterações na Constituição. Os manifestantes carregavam cinco faixas do PSTU. Uma delas dizia "Lula, reforma da Previdência igual à de FHC não".
Dentro da Câmara dos Deputados, Lula cumprimentou e trocou afagos com um grande número de parlamentares. Antes do início da sessão solene, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), convidou para a mesa do Plenário todos os governadores que acompanhavam o presidente da República, além da primeira-dama, Marisa Silva. Logo após o início dos trabalhos, o Congresso fez um minuto de silêncio em memória do ex-vice-presidente Aureliano Chaves, que morreu nesta quarta.
O presidente do Senado, José Sarney, iniciou a série de discursos. Ele prometeu que o Congresso vai agilizar a tramitação das reformas. Em seguida, falou o presidente da Câmara, João Paulo Cunha. O petista disse que os parlamentares estão prontos para discutir e votar as propostas, o que deve ocorrer a partir de agosto. Ele também ressaltou o trabalho das comissões especiais que tratam das reformas no Legislativo.
No seu discurso, o presidente Lula citou o nome de todos os governadores, dando crédito pelo texto das propostas a eles, a prefeitos e aos "milhões de brasileiros cujos nomes não foi possível colocar no papel". Lula também prometeu entregrar ao Congresso as reformas agrária, sindical e trabalhistas neste ano.
Lula disse que as mudanças no sistema tributário e na Previdência não acontecem para fazer favor para uns e para prejudicar outros.
– A reforma é para ver se conseguimos fazer, definitivamente, com que o Brasil deixe de ser um país emergente, para ser um país desenvolvido. O governo não se negará a mandar as propostas, até porque se, em um momento, todos criticamos esta Casa, também sabemos que sem ela não haveria democracia no Brasil – disse Lula.
Após o dicurso, Lula entregou o texto das reformas ao presidente da Câmara.
– Recebo com paz e amor este texto – disse João Paulo Cunha, brincando com a expressão "Lulinha Paz e Amor", cunhada durante a campanha eleitoral.
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