O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, chegou por volta das 18h desta quinta-feira, dia 27, em Maceió (AL). Ele ficará preso na Superintendência da Polícia Federal pelos próximos 30 ou 40 dias, enquanto espera a inauguração da penitenciária federal de Teresina, no Piauí, para onde deverá ser transferido posteriormente.

A negociação entre o Estado de Alagoas e o governo federal foi feita diretamente entre o governador Ronaldo Lessa e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A promessa de mais recursos federais para a segurança pública no Estado pesou na decisão.

A operação de transferência do traficante do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP) para Maceió mobilizou helicópteros, avião e grande aparato policial em três Estados. A ação, que começou às 7h35min, foi cercada de sigilo. O Cesna Caravan PR-AAC fez uma parada para reabastecer em Brasília às 11h13min, onde Beira-Mar ficou em um hangar particular. Às 12h, o avião decolou novamente rumo a Alagoas.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a Superintendência da Polícia Federal tem condições suficientes para abrigar o criminoso. Ele agradeceu o apoio do governador alagoano e buscou traqüilizar a população.

– O povo de Alagoas pode ficar absolutamente tranqüilo porque a segurança vai ser absoluta - disse o ministro.

O superintendente da PF naquele Estado, José Paulo Rubim Rodrigues, garantiu que o traficante não terá possibilidade de fuga ou contato com qualquer tipo de pessoa ou equipamentos. Ele explicou que a cela escolhida é isolada e monitorada por câmaras 24 horas por dia. E acrescentou que o traficante não terá regalia nem manterá contato físico ou verbal com presos ou funcionários. A PF em Alagoas recebeu um reforço de 60 agentes federais de outros Estados

O traficante, ligado ao Comando Vermelho, estava preso em Presidente Bernardes, no oeste paulista, desde o dia 27 de fevereiro, quando foi transferido de Bangu 1, após uma onda de violência que atingiu o Rio. Segundo a polícia, as ações foram orquestradas pela facção criminosa.