| 12/03/2003 07h51min
Os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) cancelaram nessa terça dois vôos de reconhecimento com aviões U-2 sobre o Iraque por razões de segurança, depois que Bagdá reclamou que as duas aeronaves estariam no ar simultaneamente.
Ewen Buchanan, porta-voz da Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção da ONU (Unmovic), disse não saber se a Força Aérea iraquiana havia interceptado os aviões.
Mas uma autoridade dos Estados Unidos declarou que "(o Iraque) nos informou, quando os aviões estavam no ar, que apenas um era aceitável e o segundo seria visto como inimigo".
A autoridade norte-americana afirmou que os inspetores pediram que Washington suspendesse temporariamente os vôos, feitos pelos EUA em nome da Organização das Nações Unidas, até que funcionários dos EUA e da ONU se encontrassem em Nova York para discutir o incidente. Segundo a autoridade americana, o Iraque foi avisado sobre os dois aviões 48 horas antes.
Se ficar comprovada a interferência do Iraque nos vôos, o inspetor-chefe da ONU, Hans Blix, presidente-executivo da Unmovic, é obrigado a relatar o incidente ao Conselho de Segurança do órgão imediatamente.
O embaixador da Rússia na ONU, Sergei Lavrov, disse que a "Unmovic não está considerando o episódio uma provocação". Segundo ele, o incidente foi um equívoco", cujas proporções foram exageradas.
Fontes da ONU disseram que não há um acordo para que apenas um U-2 sobrevoe o país por vez, embora até o momento tenha ocorrido assim.
O incidente ocorre quando EUA e Grã-Bretanha buscam apoio para aprovar uma nova resolução no Conselho de Segurança que dá um prazo até 17 de março para o Iraque mostrar que se desarmou ou enfrentar a guerra.
O Iraque negou que tenha se oposto ou ameaçado os dois vôos de reconhecimento e disse que os inspetores da ONU haviam recolhido as aeronaves depois de admitir que erraram sobre o assunto.
O general Hassam Mohammad Amin contou que um avião U-2 entrou no espaço aéreo iraquiano vindo do Kuwait às 9h40min (3h40min em Brasília) e, inesperadamente, foi seguido por um segundo U-2 às 10h, vindo da Arábia Saudita. Segundo ele, o acordo com os inspetores era de que todos os aviões de reconhecimento deveriam chegar do Kuwait.
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