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O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu que o Senado apure as denúncias feitas pela revista IstoÉ contra o senador Antônio Carlos Magalhães no episódio dos grampos na Bahia.
– O Senado Federal não se omitirá – afirmou o senador ao considerar "muito graves'' as revelações da revista, na saída da reunião de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado, na Granja do Torto.
A edição deste fim de semana da revista apresenta reportagem com um suposto testemunho de ACM a jornalistas no qual teria dito que mandou grampear o (deputado) Geddel (Vieira Lima)'', deputado do PMDB e arqui-rival na Bahia e no Congresso.
De acordo com a reportagem, ACM afirmou ter gravado 200 horas de conversas "vergonhosas'' de Geddel, inclusive com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Os relatos estariam resumidos em um documento com 170 páginas, cuja cópia teria sido cedida por ACM a jornalistas.
Ainda na noite desta sexta-feira, o senador desmentiu as acusações feitas pela revista e negou a possibilidade de renunciar ao mandato recém começado.
O episódio já está sendo investigado por uma comissão do Conselho de Ética do Senado, depois de praticamente enterrada a possibilidade da instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso para apurar a escuta ilegal no Estado. Uma CPI está sendo conduzida na Assembléia Legislativa da Bahia.
Caso sejam encontrados indícios do envolvimento do senador baiano, poderá ser aberto no Senado um processo de investigação por quebra de decoro parlamentar. Já existe no Conselho de Ética uma denúncia contra ACM protocolada por deputados estaduais da Bahia.
Mercadante sugeriu que novas testemunhas, incluindo o jornalista Luiz Claudio Cunha, da revista Istoé, devem ser ouvidas pela Polícia Federal (PF), que há três semanas vem investigando o caso. Para ele, o Senado deve aguardar as conclusões do inquérito da PF para abrir um processo de investigação. A expectativa é que a apuração termine no final da próxima semana.
Mercadante acredita também que o caso poderá ser levado ao Supremo Tribunal Federal já que os parlamentares têm direito a foro privilegiado e devem ser julgados na maior instância judicial do país por crimes comuns.
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