| 07/02/2003 07h57min
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, afirmou que aumentam as chances de uma guerra contra o Iraque ao desembarcar na Europa nesta sexta, dia 7, para apresentar os argumentos do governo norte-americano em defesa da ação militar. Em uma viagem de três dias marcada pelas ameaças do Iraque e da Coréia do Norte, Rumsfeld advertiu que a comunidade internacional perderia credibilidade se desse mais tempo ao Iraque para cumprir as resoluções sobre desarmamento da Organização das Nações Unidas (ONU).
– Estamos em um momento delicado – disse o secretário a repórteres dentro do avião que o levou de Washington.
Rumsfeld repetiu várias vezes que o cenário mundial parecia cada vez mais favorável a uma ação militar enquanto o "centro de gravidade dentro da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) mudava de membros mais antigos como França e Alemanha, contrários à postura dos EUA em relação ao Iraque, para os novos membros no leste europeu, que apóiam a superpotência.
Rumsfeld pousou na Europa na semana em que o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU supostas provas de que Iraque escondia armas de destruição em massa. O secretário de Defesa se reunirá com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, em Roma na sexta, em um sinal de agradecimento dos EUA pelo apoio da Itália.
As provas de Powell não conseguiram convencer três membros permanentes do Conselho de Segurança, que possuem poder de veto – França, Rússia e China. A Alemanha, que atualmente ocupa a Presidência rotativa do órgão, também se opõe energicamente ao uso da força. Todos defendem que os inspetores de armas tenham mais tempo para avaliar se o Iraque possui ou não armas de destruição em massa.
Rumsfeld deve usar sua visita para argumentar que a concessão de mais tempo só faria sentido se o Iraque estivesse cooperando, o que não acontece, segundo os EUA. O secretário de Defesa enfureceu recentemente a França e a Alemanha ao chamá-las de integrantes da "velha Europa''. Mas, no vôo para o continente, Rumsfeld pareceu menosprezar as tensões, afirmando que sempre houve desavenças dentro da aliança militar. As informações são da agência Reuters.
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