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 | 03/02/2003 20h36min

Descompasso entre BID e ministério atrasa duplicação da BR-101

O processo para dar início à duplicação do trecho Sul da BR-101 está, no mínimo, desordenado. Enquanto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) espera uma sinalização do governo federal sobre interesse no empréstimo, o Ministério dos Transportes vai avaliar uma nova proposta que pode reduzir o valor da obra em US$ 300 milhões.

O governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, levou um susto ao saber que a União ainda não assinou o contrato com o BID para a execução do serviço.

– Foi a pior notícia que recebi até agora – comentou nesta segunda-feira, dia 3.

Uma das cláusulas contratuais determina que para o financiamento sair do papel é necessária a concessão de cobrança de pedágio no trecho Norte. Mas segundo a assessoria de comunicação do BID, este não é principal empecilho para que sejam feitas as negociações. A questão é que o Ministério dos Transportes não registrou oficialmente a intenção de empréstimo.

O gerente do programa Corredor Mercosul, Carlos Alberto La Selva, informou que as conversações com o BID estão adiantadas e que, ao mesmo, tempo o Ministério dos Transportes está avaliando o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que prevê uma economia de US$ 300 milhões na obra orçada em US$ 1,1 bilhão.

Uma diferença que poderia recuperar a malha viária do Estado, incluindo a BR-470, avalia a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Ela aguarda para quarta-feira a cópia do levantamento feito pela FGV. Segundo La Selva, as obras podem ter início mesmo que o contrato não esteja assinado, com recursos do Tesouro Nacional, providenciando mais tarde o ressarcimento dos gastos.

O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, convocou uma comissão para avaliar os estudos. No dia 25 de fevereiro será feita a primeira avaliação. Se o edital for alterado é provável que o lançamento do edital, previsto para o dia 1º de abril, seja mais uma vez adiado.

O Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT) não se pronunciou sobre o assunto porque todos os diretores da sede em nível nacional foram exonerados do cargo.

Enquanto isso os parlamentares catarinenses pediram ao ministro medidas paliativas emergenciais que possam aumentar a segurança dos motoristas enquanto não sai a duplicação.

PATRICIA RODRIGUES / DIÁRIO CATARINENSE
 
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