| 21/01/2003 20h29min
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), estipulou um prazo de 48 horas para que seja encontrada uma solução consensual sobre a escolha do candidato do PMDB à presidência do Senado.
O ultimato foi dado após reunir-se nesta terça, dia 21, com os líderes do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e do PT, senador Tião Viana (AC), diante do atual impasse entre a sua candidatura e a do ex-presidente José Sarney (AP).
– As próximas 48 horas serão decisivas. Se as conversas não evoluírem (o processo) será muito difícil – enfatizou. Calheiros tem conversado com a cúpula do PMDB e convocou senadores da bancada para encontros em Brasília.
Ele também pretende intensificar as negociações com os demais partidos da Casa. Calheiros insiste em manter sua candidatura ao cargo enquanto o Palácio do Planalto já deu sinais claros de preferência pelo nome de Sarney para a presidência da Casa.
Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral, Sarney tem ao seu lado o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e setores do PT e grande parte do PFL.
Se até a próxima quinta uma saída não for encontrada, o parlamentar alagoano pretende definir as regras do jogo. Ou seja, o líder peemedebista quer que fiquem claros os termos da eleição.
Está em discussão o cumprimento do pré-acordo fechado, no ano passado, com o PT que daria preferência às maiores bancadas da Câmara e do Senado a indicarem os presidentes das duas Casas. O candidato do PT à presidência da Câmara, João Paulo Cunha (PT), caminha, até agora, sozinho para a eleição marcada para o próximo dia 2.
Em tom de cobrança, Calheiros voltou a exigir o afastamento do governo no processo.
– Queremos saber se vai haver ingerência ou se o nome escolhido será respeitado – indaga.
Na semana passada, o governo, por meio do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pressionou senadores peemedebistas para impedir uma definição antecipada do nome do partido para a presidência do Senado. Bem-sucedido, o esforço do governo jogou para o final do mês, como previsto inicialmente, a escolha da bancada do PMDB.
Calheiros voltou a demonstrar desconfiança sobre a possibilidade de o PT e os outros partidos respaldarem sua possível candidatura. E mostrou-se disposto a não abrir mão de sua prerrogativa.
– Se não houver regras, a corrida será um salve-se quem puder – afirmou.
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