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 | 21/01/2003 07h32min

Novo balanço dos conflitos na Venezuela aponta 35 feridos

Pelo menos 33 pessoas foram atingidas por disparos de armas de fogo

Novo balanço do confronto registrado nas ruas de Caracas nessa segunda, dia 20, aponta para um saldo de 35 feridos e um morto. A maioria das vítimas, 33 pessoas, foi atingida por disparos de armas de fogo. Os incidentes ocorreram no mesmo dia em que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente norte-americano Jimmy Carter visitou o país na tentativa de retomar as conversações de paz entre o presidente Hugo Chávez e seus opositores.

Os conflitos envolvendo policiais e manifestantes aconteceram quando simpatizantes de Chávez atacaram uma marcha da oposição em Charlavam, a 50 quilômetros ao sul de Caracas. Opositores e simpatizantes de Chávez trocam acusações sobre o início da violência.

O conflito político na Venezuela intensificou-se, e os confrontos nas ruas têm sido freqüentes desde o início da greve em 2 de dezembro, convocada para pressionar Chávez a renunciar ou a antecipar as eleições. Em meio à escalada da violência, Carter faz sua segunda visita a Caracas em menos de um ano, para a qual planejou reuniões com o presidente e líderes da oposição, que estão em um impasse desde abril, quando o presidente sobreviveu a um breve golpe de Estado que durou 48 horas.

As negociações entre Chávez e seus adversários esfriaram no fim de semana, depois de o presidente ter ameaçado cancelar as conversações, mesmo com o apoio da comunidade internacional à mediação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os problemas nas negociações são a data das eleições e o fim da greve da oposição, que cortou a produção de petróleo e provocou cortes no fornecimento de alimentos e combustíveis do quinto maior exportador do produto do mundo. Chávez foi eleito em 1998, seis anos depois de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado. O presidente é acusado pela oposição de ser corrupto e ditador.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, pretende enviar um representante para o país para participar da iniciativa do "Grupo de Amigos para a Venezuela''. Brasil, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Chile e México concordaram em formar um grupo de seis países para ajudar nos esforços da OEA em mediar a crise. Mas Chávez quer que outros países, como Rússia, Cuba e França, também participem.

O governo afirma que está "vencendo a guerra do petróleo". Mas executivos rebeldes da estatal de petróleo, PdVSA, afirmam que a produção está em 650 mil barris por dia, cerca da metade da estimativa oficial. A Venezuela produzia cerca de 3 milhões de barris/dia antes do início da greve, em novembro.

As informações são da agência Reuters.

 
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