| 18/01/2003 19h20min
Ativistas foram às ruas em várias pontos do mundo neste sábado, dia 18, em protestos maciços contra um ataque ao Iraque. No mesmo no momento, os chefes dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) dirigiam-se a Bagdá para dizer a seus líderes que só cooperação pode evitar a guerra.
Depois de Washington ter reunido tropas e equipamento no Golfo Pérsico e Bagdá ter se declarado pronta para a guerra, dezenas de milhares de manifestantes na Europa, Ásia, Oriente Médio e nas Américas interromperam o tráfego, soaram tambores e cantaram slogans denunciando uma guerra liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque.
Pedindo que a Casa Branca volte atrás e deixe as inspeções manterem seu curso normal, cerca de 100 mil pessoas eram esperadas em protestos em Washington e São Francisco no sábado, naquelas que seriam as maiores manifestações pacifistas desde que o presidente George W. Bush escolheu o Iraque como alvo no ano passado.
Bush afirmou que iria liderar uma "coalizão" para forçar o Iraque a destruir suas supostas armas de destruição em massa se Bagdá não cooperasse com os inspetores de armas da ONU.
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse a um jornal alemão esta semana que Washington acreditava na ocorrência de um "caso de persuasão" até o final de janeiro devido a não cooperação do Iraque.
A Casa Branca também tomou a descoberta das ogivas vazias no Iraque como evidência de inflexibilidade, qualificando o evento como "sério e problemático", embora o chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, tenha diminuído o significado do achado.
Os especialistas de armas da ONU continuaram suas buscas, já intensificadas, de armas banidas no Iraque e voltaram no sábado ao local onde encontraram as ogivas vazias, enquanto outras equipes investigavam laboratórios móveis, companhias estatais e faculdades.
Blix e o diretor-geral da Agência de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, devem chegar a Bagdá no domingo. Eles têm agendados dois dias de conversações com o objetivo de evitar a guerra.
Blix, que chegou a Chipre no sábado, disse que enfatizaria a seriedade da ausência de cooperação aos oficiais iraquianos. Em Paris, na sexta, ElBaradei afirmou que as escolhas de Bagdá eram claras: "Cooperem e haverá resultados positivos para vocês; se não o fizerem, infelizmente as conseqüências não serão muito agradáveis".
No dia 27 de janeiro, os dois homens devem entregar um relatório ao Conselho de Segurança da ONU sobre o que os inspetores encontraram desde seu retorno ao Iraque em novembro, depois de quatro anos de ausência.
Para os Estados Unidos, 27 de janeiro é uma "data importante", embora afirmem que nenhuma decisão foi tomada sobre a guerra. Washington também declarou que não precisaria de uma segunda resolução da ONU autorizando a guerra se o Iraque estiver violando a Resolução 1441, que abriu caminho para o retorno dos inspetores. Com informações da agência Reuters.
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