| 10/01/2003 21h31min
Muita reclamação dos caminhoneiros marcou o primeiro dia da paralisação do tráfego de caminhões no trecho não-duplicado da BR-101 em Santa Catarina. Das 18h às 21h desta sexta, dia 11, os 166 quilômetros que separam Içara, no Sul do Estado, de Palhoça, na Grande Florianópolis, ficaram livres para veículos de passeio e ônibus.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu uma exceção para os caminhões que transportavam cargas perecíveis, valores e explosivos. Esses estavam livres do cumprimento da medida.
Já para quem teve que seguir a orientação dos policiais para encostar os caminhões nos postos de combustíveis, a norma foi entendida como uma privação do direito de transitar.
A PRF, com apoio da Polícia Militar centralizou as ações para conter o fluxo dos caminhoneiros nas unidades de Biguaçu, Paulo Lopes, Tubarão e Araranguá.
Em localidade de Penha, em Paulo Lopes, o pátio de um posto ficou abarrotado de caminhões. Eram quase 50 veículos. A reclamação era geral dos motoristas.
– O que adianta ficar parado? Não muda nada. Vai piorar. Muita gente que fica parada aproveita para beber e pode se complicar – disse o caminhoneiro Lúcio Noganedo, 45 anos.
Para o caminhoneiro Luiz Roberto Monteiro, 36, a rodovia vai ficar pior depois da liberação:
– Todo mundo vai voltar para a pista ao mesmo tempo e vai correr para chegar no destino dentro do horário. Vai ser um caos. Não sei por que inventaram essa. Sempre somos nós que temos que pagar o prejuízo.
De acordo com o chefe da equipe de fiscalização da PRF em Paulo Lopes, Sizenando Pitiglianini Júnior, a medida cria algum tumulto, principalmente no primeiro dia, quando muitos são pegos de surpresa.
– Depois que um caminhoneiro é alertado para parar, comunica pelo rádio aos demais a ficarem atentos – explicou Pitiglianini.
O inspetor João Batista Motta revelou que no primeiro final de semana da operação a PRF não iria multar os caminhões que transgredissem a norma. Segundo ele, como a pista foi sinalizada com 14 placas com as informações sobre o bloqueio, a instituição tem amparo legal para cobrar a infração, que custa R$ 120.
No posto localizado no final do trecho duplicado da BR-101, sentido Norte/Sul da rodovia, em Palhoça, cerca de 100 caminhões ficaram aguardando no pátio as horas passarem. Alguns veículos tiveram de parar no acostamento porque não havia mais lugar no estacionamento.
Faltando 15 minutos para liberar o tráfego, os motoristas ensaiaram um buzinaço forçando os policiais a antecipar a volta para estrada. Não teve jeito. A medida foi cumprida até às 21h.
No domingo, a paralisação para os caminhões vai ser das 14h às 22h. O período é maior em relação a sexta-feira porque, segundo a PRF, o volume de veículos que trafegam na rodovia aos domingos é superior ao de um dia de semana.
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