A polêmica causada pelo Ministério do Planejamento ao apresentar novas alternativas para a duplicação do trecho Sul da BR-101 não vai alterar a data da abertura das propostas apresentadas no processo de licitação pelas empreiteiras interessadas em assumir a obra. O Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transporte (DNIT) garante que começará a analisá-las nesta sexta, dia 20.

– Nada vai mudar em função dos estudos apresentados pelo ministério, os quais serão apreciados pelo próximo governo. Vamos dar prosseguimento normal ao cronograma –, disse o coordenador-geral do DNIT em Santa Catarina, Paulo Neuenschwander.

Ele contestou a informação repassada pelo grupo de otimização do Ministério do Planejamento de que o projeto atual é oneroso e demorado. Conforme o diretor de Divisão Estratégica do Ministério, Eugênio Scheleder, a duplicação orçada em R$ 2,7 bilhões levaria entre 15 e 20 anos para ficar pronta. Este cálculo foi feito com base no valor liberado em média pela União.

– Para obras prioritárias e deste porte está prevista no orçamento a liberação máxima de R$ 180 milhões por ano –, afirmou Eugênio.

O DNIT garante que a obra ficará pronta em três anos com o projeto atual, mas o Ministério não acredita nesta possibilidade mesmo com financiamento de instituições internacionais.

– Garantimos a qualidade técnica e econômica do projeto, não entendo por que na véspera de abrir as propostas surjam contestações –, diz o coodenador do DNIT/SC.

A comissão do Ministério do Planejamento se reuniu na terça-feira, dia 17, em Brasília. Foram apresentadas três propostas para minimizar custos e reduzir o tempo de execução da obra. Todas prevêem antecipação da privatização e participação maior das concessionárias, o que diminuiria as despesas da União. No projeto existente, a concessão não estaria incluída na construção da obra, mas em estágios como a instalação de pedágios.

PATRICIA RODRIGUES / DIÁRIO CATARINENSE