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A primeira reunião do governo de transição em Santa Catarina, marcada para terça, dia 5, às 17h, foi cancelada pelo governador eleito Luiz Henrique da Silveira (PMDB) para denunciar uma possível manobra na recondução da diretoria do Sebrae/SC, capitaneada pelo PFL.
Luiz Henrique tachou de “panamá” – termo que designa roubalheira ou administração ruinosa – de fim de gestão a reeleição “da diretoria partidária” do Sebrae no Estado.
Na terça pela manhã, os 13 membros do Conselho Deliberativo da entidade, que inclui representantes de segmentos empresariais e governamentais, elegeu Antônio Edmundo Pacheco para a presidência do Conselho e mantiveram Guilherme Zigelli (filho do procurador-geral do Estado, Walter Zigelli), Antônio Vieccelli (cunhado do governador Esperidião Amin) e Lauro Andrade Filho (filho de ex-vereador da Capital) na direção do Sebrae.
– São todos ligados aos Bornhausen. Os ventos da mudança têm que chegar de fato ao Estado –, criticou o coordenador de transição, Geovah Amarante.
A nota oficial emitida por Luiz Henrique recomenda que fossem escolhidas “pessoas com reconhecida capacidade profissional e técnica e sem engajamento partidário”. Também observa que a eleição ocorreu em contrariedade à direção nacional do Sebrae.
O diretor do Sebrae nacional, Vinicíus Lummertz da Silva, que recebeu Luiz Henrique na terça em Brasília, reconheceu que a entidade é de direito privado, mas recebe recursos públicos para desenvolver a pequena e microempresa, tornando-se vetor central para a economia dos estados e do país. Ele confirmou que a posição da direção nacional foi de que o posicionamento do governador eleito fosse levado em conta.
– É preciso um novo alinhamento porque esta diretoria vai atuar por dois anos dentro do governo –, disse, apesar de confirmar que o Sebrae estadual realizou a eleição em prazo permitido pelo estatuto e que tem autonomia para fazê-la.
Luiz Henrique enviou correspondência às entidades empresarias pedindo que reconsiderem a deliberação. A diretoria do Sebrae-SC evitou a imprensa na terça.
Só na quinta, dia 7, quando Luiz Henrique voltar de Brasília, deve ser retomada a transição. O secretário da Casa Civil, Gley Sagaz, interlocutor do governo, está com o decreto pronto para definir a equipe completa da transição e o local onde deverá ser instalada.
• Mais informações no especial Eleições 2002
ADRIANA BALDISSARELLI / DIÁRIO CATARINENSE© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.