| 23/10/2002 12h33min
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, garantiu nesta quarta-feira, dia 23, que permanece com o controle do poder no país. Segundo o governo, o clima é de absoluta tranqüilidade nos quartéis. Na terça-feira, dia 22, um grupo de militares conclamou a população a derrubar de forma pacífica o atual presidente da Venezuela.
Uma pequena multidão de opositores ao presidente populista ainda acompanhava os 14 oficiais rebeldes reunidos na quarta-feira de manhã no leste da capital, Caracas, depois de eles terem pedido, pela TV, que as Forças Armadas e o povo da Venezuela rejeitassem o governo de Chávez. O apelo, divulgado na terça-feira por canais privados de TV, detonou uma nova onda de instabilidade no quinto maior exportador de petróleo do mundo, envolto em um clima de incertezas políticas desde que o presidente sobreviveu a um breve golpe ensaiado em abril. Não havia sinal de apoio nos quartéis à proposta de revolta. O governo de Chávez garantiu estar no controle e ridicularizou os dissidentes.
– O clima é de calma absoluta nas guarnições de todo o país – afirmou o vice-presidente, José Vicente Rangel.
Segundo Vicente Rangel, os dissidentes seriam julgados em uma corte marcial. Assessores do presidente informaram que ele trabalhava normalmente no Palácio Miraflores, em meio a um esquema de segurança reforçado. Na noite de terça-feira, milhares de pessoas saudaram os dissidentes em uma praça de Caracas. Manifestações semelhantes foram relatadas em outras cidades do país.
Os oficiais dissidentes acusaram Chávez, um ex-pára-quedista eleito presidente em 1998, de envolver os militares na política, de dividir a Venezuela com suas políticas de esquerda e seu estilo agressivo de governo e de encaminhar o país para um comunismo ao estilo cubano. Para o governo, os rebeldes eram quase os mesmos oficiais que tentaram depor Chávez em abril e que já são julgados por uma corte marcial. Os dissidentes negam ser golpistas e garantem estar defendendo a democracia.
As informações são da agência Reuters.
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